As duas versões científicas que tentam explicar o fato do nosso planeta estar aquecendo estão certas, cada uma na sua devida proporção.
Uma delas diz respeito à vida sobre a Terra, que devido a um secular desinteresse da humanidade pela preservação ambiental, está produzindo substancias que prejudicam a camada que nos protege e que é popularmente conhecida por camada de ozônio.
A outra prova que não só a Terra, mas todos os planetas do nosso sistema solar estão aquecendo, e é resultado de pesquisas em ambientes fora da Terra que concluem que isso está acontecendo devido a uma diminuição na espessura da Heliosfera, camada que protege os planetas do nosso sistema solar da incidência de raios solares. Essa alteraçao aumenta a vulnerabilidade, e o aquecimento, não só da Terra, mas de todos os planetas deste lado do universo.
De acordo com minhas análises, tanto uma versão quanto a outra estão corretas, porém, o mais correto de tudo é que a nossa civilização precisa aprender a amar, respeitar e cuidar do planeta em que vive e das pessoas com quem convive.
Apesar de ainda não haver estudos sobre os efeitos positivos do amor sobre o planeta, informações milenares nos dizem que ele faz aumentar a vibração subatômica dos seres humanos e do ambiente que o cerca, e sem que eles saibam, ajudam o planeta a entrar em uma nova dimensão, mais adequada para tolerar e sobreviver às fortes emissões de raios solares que alguns sites científicos como o da NASA e do Kremlin estão prevendo para os próximos anos.
Portanto, mesmo sabendo que as principais causas do aquecimento global são externas a nós, vale a pena pararmos de ver a natureza apenas como algo a ser dominado e utilizado em nossos processos produtivos e passemos a ser habitantes agradecidos pela hospitalidade que a mãe natureza nos dá, conciliando o crescimento econômico, novas tecnologias e preservação ambiental. Essa é uma das minhas principais metas ao assumir uma cadeira na Assembléia Legislativa do Amazonas através da vontade popular.
sábado, 21 de agosto de 2010
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
O Poder do silêncio – Eckhart Tolle
Em minhas buscas pelo sentido da existencia humana me deparei com o fato de que quem nao sabe silenciar a mente nao pode adquirir paz interior. Ao mesmo tempo em que precisamos dela para resolvermos situaçoes imediatas e do cotidiano, precisamos nos livrar dos pensamentos se quisermos alcançar estados de paz interior.
Costumo brincar com os amigos intelectuais, e os que gostam de entender racionalmente as coisas, assim como eu, que para subir aos "ceus" é necessário cessarmos completamente o pensamento e irmos além do conforto que ele pode nos oferecer. O trecho abaixo, extraído do livro: O Poder do silêncio – de Eckhart Tolle, traduz essa idéia.
“A maioria das pessoas passa a vida toda aprisionada nos limites dos próprios pensamentos. Nunca vai além das estreitas idéias já feitas, do sentido do “Eu” condicionado ao passado...Existe uma dimensão da consciência bem mais profunda do que o pensamento. É a essência de que você é. Podemos chamá-la de Presença, de percepção, de consciência livre de condicionamentos. O amor, a alegria, a criatividade e a verdadeira paz interior só podem entrar em sua vida quando você atinge essa dimensão de consciência livre de condicionamentos.”
Costumo brincar com os amigos intelectuais, e os que gostam de entender racionalmente as coisas, assim como eu, que para subir aos "ceus" é necessário cessarmos completamente o pensamento e irmos além do conforto que ele pode nos oferecer. O trecho abaixo, extraído do livro: O Poder do silêncio – de Eckhart Tolle, traduz essa idéia.
“A maioria das pessoas passa a vida toda aprisionada nos limites dos próprios pensamentos. Nunca vai além das estreitas idéias já feitas, do sentido do “Eu” condicionado ao passado...Existe uma dimensão da consciência bem mais profunda do que o pensamento. É a essência de que você é. Podemos chamá-la de Presença, de percepção, de consciência livre de condicionamentos. O amor, a alegria, a criatividade e a verdadeira paz interior só podem entrar em sua vida quando você atinge essa dimensão de consciência livre de condicionamentos.”
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Sobre os Movimentos Sociais
No mês de junho deste ano de 2010, participei de um seminário no qual um expositor lamentava que a antiga oposição era hoje, na opinião dele, um prestador de serviços do governo, e que os antigos movimentos sociais haviam se esvaziado.
No momento adequado, solicitei a ele que fizesse uma avaliação da atuação dos antigos governos e do atual, tanto a nível estadual quanto nacional.
Em governos anteriores, o poder público estava de costas para as universidades públicas, que as considerava subversivas, contra as reinvindicações dos trabalhadores e da população, contra a fiscalização de suas despesas e contra o incentivo à tecnologia que hoje nos obriga a seguir rumo à transparência. Diante daquele quadro, o natural seria que partidos políticos de esquerda e que faziam oposição ao governo vigente se mobilizassem com muito mais empenho e dedicação, com vistas a mudar a situação que consideravam injustas.
Quando estes partidos, incluindo o PCdoB, puderam formar a base que auxiliou a ascenção de um governo que os representava e os apoiava, o natural é que esses partidos parassem de falar e começassem a agir no sentido em que consideravam mais humano e justo socialmente. Portanto, não faz nenhum sentido esses partidos, que hoje fazem parte do poder vigente, continuarem com o mesma atitude de quando eram oposição, afinal, não se gasta munição com a guerra já ganha.
Desta forma considero totalmente descabida a afirmação de que os partidos de esquerda perderam suas características combativas. O combate já está ganho, e a população foi totalmente beneficiada com a adoção de políticas sociais que, ao promoverem a inclusão social, fizeram o pais crescer como um todo, elevando os índices de aprovaçao ao governo a patamares bastante elevados.
Portanto, vamos ser coerentes com as situações e mudarmos de atitude cada vez que a realidade muda, afinal o caos no mundo é em parte gerado pelos que não sabem ser flexíveis.
Um bom dia a todos, da sua candidata a Deputada Estadual UMAIA ISMAIL 65000.
sábado, 14 de agosto de 2010
Profissão Político: Para refletir e mudar com o voto consciente
Estes dias ouvi uma piada envolvendo políticos que explica um pouco o conceito que a população tem deles, e como me sinto entrando na área, visto que decidi me candidatar a um cargo eletivo pela primeira vez, egressa do curso de Ciências Sociais com habilitação em Sociologia, Antropologia e Ciência Política.
A professora perguntou para cada aluno a profissão de seus pais.
Um dos alunos respondeu que seu pai era dentista. O outro disse que seu pai era comerciante. Mas um deles, chamado Pedro, respondeu que seu pai era stripper, e que ganhava dinheiro dançando em uma boate gay.
Na saída a professora chamou Pedro para conversar e perguntou por que ele havia mentido, e ele disse que tinha vergonha de dizer na frente dos colegas que seu pai era político.
Vejam a que ponto chegou a classe que deveria ser a mais honrada e mais respeitada do nosso país. E confesso que só me arrisco a entrar agora devido a mudança que houve de alguns anos para cá.
Tanto o Governo Braga e Omar quanto o Governo Lula, demonstraram sensibilidade para com os problemas sociais, aspectos que a política neoliberal negligencia e minimiza.
Como disse o Omar em uma entrevista que assisiti - "A Política existe para amparar quem precisa, e não os que já são privilegiados". E nós sabemos que ela sempre serviu a classe que estava no poder e aos seus.
Com políticas públicas voltadas para a diminuição das desigualdades sociais, e uma sincera preocupação com a classe menos privilegiada, o Brasil conseguiu melhorar a vida de todos, inclusive da classe mais favorecida que, antes da posse de Lula, fez o dólar disparar para acima de R$4,00 com receio do que estava por vir, e que hoje, devido a grande confiança externa no país que impulsionam os investimentos, o dólar está tendo uma de suas maiores desvalorizações.
Com relação ao governo Braga, posso dizer que estudou na mesma cartilha de Lula, apesar de ter sido mais privilegiado em sua educação, mostrando que o que importa é o que está dentro, ou seja, o foco de atenção e preocupação do político.
Quanto a isso quero dizer que, em sendo eleita Deputada Estadual nestas eleições de 2010, meu foco será nos projetos que promovam a inclusão social, que amparem as mães trabalhadoras, que cuidem das crianças em creches modelos, além vários outros projetos que teremos oportunidade de expor neste blog.
Vamos ficando por aqui e até a próxima postagem.
A professora perguntou para cada aluno a profissão de seus pais.
Um dos alunos respondeu que seu pai era dentista. O outro disse que seu pai era comerciante. Mas um deles, chamado Pedro, respondeu que seu pai era stripper, e que ganhava dinheiro dançando em uma boate gay.
Na saída a professora chamou Pedro para conversar e perguntou por que ele havia mentido, e ele disse que tinha vergonha de dizer na frente dos colegas que seu pai era político.
Vejam a que ponto chegou a classe que deveria ser a mais honrada e mais respeitada do nosso país. E confesso que só me arrisco a entrar agora devido a mudança que houve de alguns anos para cá.
Tanto o Governo Braga e Omar quanto o Governo Lula, demonstraram sensibilidade para com os problemas sociais, aspectos que a política neoliberal negligencia e minimiza.
Como disse o Omar em uma entrevista que assisiti - "A Política existe para amparar quem precisa, e não os que já são privilegiados". E nós sabemos que ela sempre serviu a classe que estava no poder e aos seus.
Com políticas públicas voltadas para a diminuição das desigualdades sociais, e uma sincera preocupação com a classe menos privilegiada, o Brasil conseguiu melhorar a vida de todos, inclusive da classe mais favorecida que, antes da posse de Lula, fez o dólar disparar para acima de R$4,00 com receio do que estava por vir, e que hoje, devido a grande confiança externa no país que impulsionam os investimentos, o dólar está tendo uma de suas maiores desvalorizações.
Com relação ao governo Braga, posso dizer que estudou na mesma cartilha de Lula, apesar de ter sido mais privilegiado em sua educação, mostrando que o que importa é o que está dentro, ou seja, o foco de atenção e preocupação do político.
Quanto a isso quero dizer que, em sendo eleita Deputada Estadual nestas eleições de 2010, meu foco será nos projetos que promovam a inclusão social, que amparem as mães trabalhadoras, que cuidem das crianças em creches modelos, além vários outros projetos que teremos oportunidade de expor neste blog.
Vamos ficando por aqui e até a próxima postagem.
domingo, 8 de agosto de 2010
Projeto da Umaia: "Útero Sagrado"
Segundo o Prof. Enrique Leff, em palestra proferida na abertura do "Seminário Internacional de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade da Amazônia - O papel dos setores sociais no desenvolvimento da Amazônia" ocorrido em junho deste ano na UFAM, a insutentabilidade ambiental é um reflexo da insutentabilidade social.
Vivemos em uma sociedade insustentável, na qual os meios de produção e consumo precisam ser repensados.
Estamos em um período da história mundial em que a ecologia tanto interna, do ser, quanto externa, do meio ambiente, estão recebendo atenção e cuidados sem precedentes. Tais mudanças levam as pessoas a avaliarem seus valores e princípios.
Os valores de um homem são aqueles pelas quais ele daria a vida para preservar ou promover, e são o alicerce de suas decisões. É por esse motivo, que nesse período de eleições, precisamos conhecer os valores e princípios de nossos candidatos.
Após uma análise da evolução da política local nos últimos anos, tomei a decisão de me candidatar a uma vaga na Assembléia Legislativa, e o meu foco principal, após eleita, será a diminuição das desigualdades sociais.
Para alcançar esta meta, possuo um esboço de projeto transdisciplinar bastante abrangente que visa proporcionar um bom ambiente socio-econômico para as futuras gerações de nascituros, o que terá como consequência a redução do número de menores abandonados em cerca de 55% nos primeiros 10 anos de aplicação, e 75% de redução em 20 anos.
Se você deseja receber informações sobre o meu pré-projeto "Útero Sagrado", comente sobre este post ou me contacte pelo twitter @Umaia65000.
Vivemos em uma sociedade insustentável, na qual os meios de produção e consumo precisam ser repensados.
Estamos em um período da história mundial em que a ecologia tanto interna, do ser, quanto externa, do meio ambiente, estão recebendo atenção e cuidados sem precedentes. Tais mudanças levam as pessoas a avaliarem seus valores e princípios.
Os valores de um homem são aqueles pelas quais ele daria a vida para preservar ou promover, e são o alicerce de suas decisões. É por esse motivo, que nesse período de eleições, precisamos conhecer os valores e princípios de nossos candidatos.
Após uma análise da evolução da política local nos últimos anos, tomei a decisão de me candidatar a uma vaga na Assembléia Legislativa, e o meu foco principal, após eleita, será a diminuição das desigualdades sociais.
Para alcançar esta meta, possuo um esboço de projeto transdisciplinar bastante abrangente que visa proporcionar um bom ambiente socio-econômico para as futuras gerações de nascituros, o que terá como consequência a redução do número de menores abandonados em cerca de 55% nos primeiros 10 anos de aplicação, e 75% de redução em 20 anos.
Se você deseja receber informações sobre o meu pré-projeto "Útero Sagrado", comente sobre este post ou me contacte pelo twitter @Umaia65000.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Passeio Socrático: Prática recomendada aos consumidores compulsivos e endividados
Por Frei Beto.
Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão.
Outro dia, observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, e geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: "Qual dos dois modelos produz felicidade?"
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: "Não foi à aula?" Ela respondeu: "Não, tenho aula à tarde". Comemorei: "Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde". "Não", retrucou ela, "tenho tanta coisa de manhã...". "Que tanta coisa?", perguntei. "Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina", e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: "Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!"
Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.
Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: "Como estava o defunto?". "Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!" Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?
Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra!
Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...
A palavra hoje é "entretenimento". Domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: "Se tomar este refrigerante, calçar este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!" O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.
O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista.
Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental, três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.
Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno.
Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shoppings centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo...
E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas... Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald's.
Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas:
- Estou apenas fazendo um passeio socrático.
Diante de seus olhares espantados, explico:
- Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz!"
Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão.
Outro dia, observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, e geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: "Qual dos dois modelos produz felicidade?"
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: "Não foi à aula?" Ela respondeu: "Não, tenho aula à tarde". Comemorei: "Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde". "Não", retrucou ela, "tenho tanta coisa de manhã...". "Que tanta coisa?", perguntei. "Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina", e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: "Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!"
Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.
Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: "Como estava o defunto?". "Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!" Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?
Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizinho de prédio ou de quadra!
Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...
A palavra hoje é "entretenimento". Domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: "Se tomar este refrigerante, calçar este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!" O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.
O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista.
Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental, três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.
Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno.
Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shoppings centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo...
E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas... Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald's.
Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas:
- Estou apenas fazendo um passeio socrático.
Diante de seus olhares espantados, explico:
- Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia: "Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz!"
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Atual Sistema Carcerário
O atual sistema carcerário precisa passar urgentemente de punitivo para regenerativo.
As atrocidades que acontecem nas celas amazonenses e brasileiras são frequentemente justificadas pelos desvios de conduta de seus ocupantes, que resultaram em seus encarceramentos. O resultado desse método é que cerca de 70% dos ex-detentos voltam a cometer crimes.
Há a necessidade de reavaliarmos esse procedimento e criarmos condições de mudanças.
No sistema carcerário regenerativo, o indivíduo que comete um crime é considerado uma pessoa que precisa se afastar do convívio social, mas que acima de tudo deve ter um tratamento cidadão, e receber orientações de boa conduta e cidadania. Deve ser estimulado a rever seus valores e, principalmente, aprender uma profissão digna.
O respeito para com a população carcerária pode resultar favoravelmente e possibilitar a recuperação de no mínimo 60% destes.
Ao agir de forma humana, o Estado economiza com segurança pública, sistema prisional, e ainda pode celebrar a inserção de mais um membro na sociedade.
Pense nisso quando for eleger seu candidato!
Eu sou UMAIA ISMAIL, meu número é 65.000, e sou candidata a Deputada Estadual pelo PCdoB, o partido que luta por você!
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