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Guia da alimentação saudável e sustentável
Uma alimentação saudável é fundamental para manter a saúde em dia, evitar doenças e garantir a disposição para o dia a dia, garantem especialistas. Mas, além de tudo isso, ela é responsável por grandes impactos na economia mundial e no meio ambiente. Pensando nisso, o Portal EcoDesenvolvimento.org listou algumas dicas de como tornar a sua alimentação mais saudável para você e para o planeta.
Alimentos orgânicos
A primeira dica é optar, sempre que possível, por alimentos orgânicos, que são aqueles produzidos em sistemas que não utilizam agrotóxicos ou insumos artificiais em sua produção, como inseticidas, herbicidas, fungicidas, nematicidas ou adubos químicos, além de não serem organismos geneticamente modificados (OGM), como os transgênicos.
Procure aqueles que tenham selo de garantia e foram produzidos segundo as normas do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica. “Ao adquirir um produto com o selo orgânico o consumidor poderá confiar que está consumindo um alimento mais seguro, por não conter defensivos agrícolas e, portanto, isento de substâncias que possam causar algum mal à sua saúde, além de contribuir para preservação do meio ambiente”, explica Cristiane Sampaio, pesquisadora do Inmetro.
Uma pesquisa publicada em 2009 pelo American Journal of Clinical Nutrition apontou que os orgânicos não são superiores que os alimentos tradicionais do ponto de vista nutricional. Porém, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o pesquisador da Embrapa, Walter José Matrangolo, afirmou que mesmo sem vantagens nutricionais, os orgânicos se destacam por não possuírem agrotóxicos em sua composição. “Os agrotóxicos contidos nos alimentos têm consequências crônicas, que podem aparecer ao longo dos anos”, alertou.
Dados do “Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos”, publicados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 7 de dezembro apontaram uma lista com as frutas, grãos, verduras e legumes com maior nível de contaminação por agrotóxicos no Brasil. Segundo o documento, 28% dos alimentos analisados apresentaram limites acima do recomendável ou substâncias não aprovadas para o produto. De 18 alimentos examinados, o pimentão, o morango e o pepino lideraram o ranking dos mais contaminados.
“São dados preocupantes, se considerarmos que a ingestão cotidiana desses agrotóxicos pode contribuir para o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis, como a desregulação endócrina e o câncer”, afirmou Agenor Álvares, diretor da Anvisa. Por isso, não deixe de procurar opções orgânicas quando for à feira ou ao supermercado.
Alimentos sazonais
A natureza não produz bananas ou melancias o ano inteiro. Então de que forma é possível encontrar sempre as mesmas hortaliças, legumes, verduras e frutas nos supermercados? Ora, cultivando de maneira a induzir a frutificação. Isso significa usar uma grande quantidade de água e agrotóxicos e lançar poluentes no solo.
Para evitar esse tipo de prática, fique atento à temporada e compre somente o que estiver dentro da estação. No verão, por exemplo, prefira frutas e legumes como figo, manga, maracujá, melancia, abobrinha e pepino. Já na primavera, opte por acerola, jabuticaba, mamão, alcachofra e espinafre. No outono, dê preferência ao abacate, caqui, maça nacional, banana maça, berinjela, brócolis e chuchu. No inverno, leve para casa morango, tangerina, laranja, mandioca, couve-flor e batata-doce. Você estará optando por alimentos mais saudáveis, que agrediram menos a natureza e que certamente terão um sabor bem melhor.
Alimentos locais
Atualmente, grande parte dos alimentos produzidos em um país é distribuída para muitas outras regiões e, até mesmo, para outros países. Por ser transportado por centenas de quilômetros, esses alimentos são responsáveis pela emissão de toneladas de gases nocivos no meio ambiente. Para impedir esse tipo de ação, uma opção é consumir alimentos produzidos localmente.
Para isso, basta comprar frutas, verduras, legumes, ovos, grãos, laticínios e carnes vindos de fazendas e sítios localizados em regiões não distantes do seu centro de vendas. Alimento “local” refere-se ao produzido em uma área próxima, que pode ser medida pelo tempo de transporte (menos de um dia) ou distância física (entre 160 e 240 quilômetros).
Essas comidas são geralmente produzidas por pequenos produtores e suas famílias. Seu cultivo é feito em pequena escala e, muitas vezes, sem o uso de pesticidas ou agrotóxicos. Eles mesmos produzem, distribuem e vendem seus produtos, o que aumenta a renda das famílias e melhora a qualidade de vida das pequenas comunidades.
Outras dicas
Outra maneira de economizar no supermercado e garantir frutas, verduras, legumes e hortaliças orgânicas e saudáveis é plantando você mesmo. Qualquer quintal ou área de serviço pode abrigar uma hortinha. Ao contrário do que muita gente pensa, ter uma horta não exige tanto trabalho nem tempo. Basta ficar atento a alguns aspectos e seguir uma rotina de cuidados com sua pequena plantação. Depois é só desfrutar dos alimentos colhidos na hora e livres de agrotóxicos e pesticidas.
Você ainda pode tornar a alimentação mais saudável ao utilizar o máximo de ingredientes naturais possível. Adoçar bebidas e docas com rapadura e mel, preparar seu próprio molho de tomate com frutos frescos ou fazer hamburger caseiros são alguns exemplos.
Por fim, dê preferência a alimentos com altas cargas nutricionais. Em junho deste ano o EcoD listou dez super-alimentos que podem trazer benefícios à sua saúde. Alcachofras, aspargos, couve-flor, alface e alho são alguns deles.
Tags: Vida e Saúde