sábado, 6 de novembro de 2010

Fotossíntese “quântica” turbina busca por combustíveis limpos.

Uma grande parte dos pesquisadores de fenomenos envolvendo vida em outros planetas, tais como avistamentos de naves, contatos telepáticos com ets, etc., sabem que a grande dificuldade dos habitantes da Terra de acreditar nessas possibilidades reside na dependencia do aval dos cientistas ou de seus líderes religiosos, que por sua vez buscam informaçoes na ciencia ou no seu livro sagrado.

Se a ciencia diz: Nao existe vida em outros planetas. Pronto! Os ufólogos todos passam a ser considerados malucos, estranhos, etc.
Ou se diz: Nao podemos viajar acima da velocidade tal. Pronto, viagens a outros universos se tornam impossiveis. E se esquecem que somente com a teoria de Newton o homem jamais chegaria à Lua, foi necessário a descoberta da Relatividade por Einstein...

Por isso, ao inves dos cientistas dizerem: tal coisa nao existe, deveria dizer no momento atual, dentro da nossa ciencia, tal fato ou fenomeno nao pode ser comprovado.

Com relaçao á energia, devido ao fato de as pesquisas científicas sempre terem sido, dirigidas por interesses, antes só financeiro e agora aliado ao de preservaçao ambiental (questao de sobrevivencia nao do planeta, mas DOS TERRÁQUEOS), novas alternativas de energia e tecnologia estao surgindo. O artigo abaixo, extraído da Folha.com é apenas um exemplo delas.

De qualquer forma, a esperança dos ufólogos é que se crie rapidamente aparelhos capazes de fotografar ou filmar outras dimensoes (já detectadas pela física quantica...) Será DEMAAAIS! Vamos ao artigo extraído da Folha.com

FOTOSSÍNTESE QUANTICA TURBINA BUSCA POR COMBUSTÍVEIS LIMPOS.

Imagine ter oito opções de estradas para chegar à praia e poder mudar de via cada vez que aparece um congestionamento. Imagine agora que você pode usar duas vias ao mesmo tempo e, assim, chegar mais rápido. É assim que certas algas capturam a energia da luz solar.

A descoberta, que foi anunciada por um time de cientistas da Universidade de Toronto, Canadá, está dando novo fôlego aos estudos sobre esse processo.

Os pesquisadores, agora, querem entender como os múltiplos caminhos da fotossíntese das algas (fenômeno que envolve a propriedade conhecida como coerência quântica) afetam a bioconversão de luz solar.

Isso pode auxiliar no desenvolvimento da fotossíntese artificial, otimização do processo natural que é esperança de energia limpa.

“Já se sabia [antes da descoberta] que, em baixas temperaturas, o fenômeno de múltiplos caminhos ocorria durante a fotossíntese. A novidade é que isso foi observado sob condições fisiológicas, em temperatura ambiente”, diz o químico René Nome, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Ele participou recentemente de um workshop do Bioen (um programa da Fapesp de pesquisa em bioenergia) focado nos mecanismos moleculares de fotossíntese. “A ideia é criar redes de pesquisa e estimular esses grupos de estudo no Brasil”, diz o especialista.

A possibilidade de que a energia da luz absorvida durante a fotossíntese esteja em dois lugares ao mesmo tempo, por assim dizer, tinha sido observada em bactérias fotossintéticas. Mas a sua relevância para a biologia era questionada por muitos.

Isso mudou quando o químico canadense Gregory Scholes Engel descobriu um mecanismo das algas para a captação de energia. Nesse sistema, a energia viaja pela “antena captadora” para uma parte da célula que produz combustível químico.

Essa rota evita perdas de energia e aproveita até 95% do que é captado. Hoje, os cientistas querem entender se essa otimização pode ser encontrada em outros organismos fotossintetizantes. (Fonte: Sabine Righetti/ Folha.com)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O que fazer quando se está com raiva? Pelo monje budista Thich Nhat Hanh

Quando menos esperamos a raiva pode nos subjugar. Nossa mente se estreita, nossa paciência vai embora e o que pensamos ser a causa da nossa raiva é atacada por pensamentos, palavras ou até ações. Muitos hormônios nocivos são lançados na nossa corrente sanguínea , nossos batimentos cardíacos sobem e perdemos temporariamente a lucidez. A beleza do mundo some e nossa mente passa a andar em círculos, presa, sem liberdade. O que fazer quando isso acontece?

Ele nos ensina que o modo mais sábio é reconhecê-la, permitir que exista, e abraçá-la ternamente. Nunca reprimi-la. Você a abraça ternamente com a energia de plena atenção. O Buda recomendou enquanto estivermos bravos nós não digamos ou façamos qualquer coisa, porque isso é perigoso. Após abraçar a raiva é muito importante praticar o olhar em profundidade nas raízes de nossa raiva.

Pergunta: Thay, o que você faz quando está bravo?

Thay: Quando eu estou bravo, me volto para minha respiração. Eu inspiro, e expiro em plena atenção. Sei que raiva está em mim, e que eu não deveria dizer nem fazer nada naquele momento porque sei que fazer ou dizer qualquer coisa quando estiver bravo é muito perigoso. Me abstenho de agir e falar porque posso causar muito dano a mim e à outra pessoa.
Eu não creio que para cultivar amor e compaixão você tenha que suprimir sua raiva. Eu não acredito nisso. Não penso que tenhamos que suprimir nossa raiva absolutamente. Acredito que nós temos que reconhecer nossa raiva, permitir que ela exista, não suprimi-la e aprender a abraçá-la. Quando seu bebê chora, você nunca quer reprimir seu bebê. Seu bebê chora porque sofre. O que você deveria fazer é apanhá-lo e segurá-lo muito afetuosamente em seus braços. Isso é exatamente o que eu recomendo fazer quando a raiva estiver presente.

Raiva é um bloco de energia em mim, mas a prática é para eu convidar que um outro tipo de energia surja de forma que eu possa abraçar minha raiva ternamente. A primeira energia é negativa, a segunda energia é positiva. A primeira energia é raiva, e o segundo tipo de energia é a plena consciência: plena consciência da respiração e plena consciência da raiva, abraçando a sua raiva com a plena consciência. Assim você permite que sua raiva exista, reconhecendo isto como existindo em você, não querendo lutar contra ela. Você reconhece isto. Tem o direito de estar presente. O bebê tem o direito de chorar. Mas você não deveria deixar sua raiva o subjugar ou estar sozinha em você. Assim você sofreria muito, e poderia fazer coisas que causariam muito dano. Poderia dizer coisas que danificariam a relação entre você e outra pessoa. É por isso que o modo mais sábio é reconhecê-la, permitir que exista, e abraçá-la ternamente: "Oh, minha querida raiva, eu estou aqui para você. Eu cuidarei de você. O que está errado?” Você olha profundamente, prestando atenção a sua raiva, e assim não a está reprimindo.

Na psicoterapia, pessoas nos aconselham tocar nossa raiva, permitir que nossa raiva exista, reconhecer nossa raiva. Mas a pergunta é: quem tomará cuidado da raiva, quem reconhecerá a raiva, quem permitirá à raiva existir? Quem é o agente que faz o trabalho de tomar cuidado, de reconhecer? Nos ensinamentos do Buda está muito claro, que o agente que está cuidando da raiva, reconhecendo e abraçando é um tipo de energia que nós chamamos de energia de plena atenção. Quando você estiver bravo, tem que praticar a plena atenção da raiva. Plena atenção da raiva significa estar atento à raiva que está em você como uma energia, reconhecê-la, permiti-la existir. Você a abraça ternamente com a energia de plena atenção. O melhor modo para fazer isso é com a respiração atenta, ou o andar atento. Normalmente quando nós ficamos bravos não fazemos isso. Nós prestamos mais atenção à pessoa que pensamos ser a causa de nossa raiva. Mas o Buda nos aconselha voltar e cuidar bem de nossa raiva.

Quando sua casa estiver em chamas, a coisa mais importante para você para fazer é voltar para sua casa e tentar apagar o fogo. A coisa mais importante não é correr atrás da pessoa que você acredita que seja o incendiário. Isso é o que o Buda nos recomendou, ir para a casa interior e cuidar do fogo que queima lá dentro. É por isso que se durante o período de prática - de retornar, reconhecer, permitir existir, abraçar, olhar profundamente - você faz isso, então não terá tempo para dizer ou fazer qualquer outra coisa. O Buda recomendou que nós não digamos ou façamos qualquer coisa enquanto estivermos bravos, porque isso é perigoso. Retorne e tome cuidado.

Sobre Thich Nhat Hanh

Monge budista vietinamita, poeta e ativista dos direitos humanos. É o autor de mais de 60 livros. No ano de l967, devido ao seu imenso esforço e pregação sem violência, pela reconciliação entre o Vietnam do Norte e o do Sul, ele foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz por Martin Luther King, Jr.

Em 1969, Thich Nhat Hanh chefiou a Delegação Budista Vietnamita da Paz na Conferência de Paz em Paris e após a Assinatura do Acordo de Paz, quando tentou retornar ao país, não mais foi permitido seu ingresso no Vietnam, e até hoje ele vive em exílio na França.

Em 1982, tendo como colaboradora a monja Chân Không, sua colega de muitos anos, fundou Plum Village, uma comunidade budista para monges e monjas, situada próxima a cidade de Bordeaux, no sudeste da França, onde ensina a "Arte de Viver em Plena Consciência". Em seus retiros participam a cada ano milhares de pessoas, procedentes de todas as partes do mundo. É autor de inúmeros livros sobre meditação, cura e transformação, e também inúmeros poemas e dirige retiros em vários lugares do mundo. Thay, como seus estudantes carinhosamente o chamam, continua a ensinar budismo engajado, responsabilidade social e dissolução da violência através da prática do viver consciente.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Cuidando do Ambientalista Dentro de Nós - Pelo Mestre Thich Nhat Hanh

Muitos de nós têm desejos altruístas de melhorar a sociedade tanto no aspecto social, diminuindo as desigualdades e a pobreza, quanto no aspecto ambiental, empreendendo ações de proteção da Terra e de recuperação do meio-ambiente. O que o corre muitas vezes é que por não termos paz interior, nossa ações mesmo buscando os melhores objetivos carregam raiva, desespero e medo.

Thich Nhat Hanh ensina que só intelecto não é suficiente para guiar uma vida de ação compassiva. Para influenciar efetivamente o futuro do nosso mundo precisamos ter insight para não sermos mais aprisionados pelas inúmeras situações difíceis. Quando mudamos as nossas vidas diárias – o nosso modo de pensar, falar e agir – mudamos o mundo. Sem paz e felicidade não podemos tomar conta de nós mesmos, de outras espécies, ou do planeta. É por isso que a melhor forma de cuidar do ambiente é cuidando do ambientalista.

Se a raiva diante da injustiça é o que usarmos como a fonte de nossa energia, poderemos fazer algo prejudicial, algo que mais tarde vamos nos arrepender. De acordo com o Budismo, compaixão é a única fonte de energia que é útil e inofensiva. Com compaixão sua energia nasce do insight, não é energia cega.

COMO MUDAR? - Por Krishnamurti

Sistemas sejam educacionais ou políticos não mudam misteriosamente, eles são transformados quando existe uma mudança fundamental em nós mesmos. O indivíduo é de suma importância, não o sistema, e enquanto o indivíduo não entender o processo total dele mesmo, nenhum sistema, seja de esquerda ou de direita, poderá trazer ordem ou paz ao mundo.

- Krishnamurti

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dilma Rousseff medita, segundo o jornal Diário de Pernambuco.

As mudanças de comportamento da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) podem estar relacionadas à prática de meditação transcendental. Pelo menos, foi o que deu a entender o ex-prefeito do Recife João Paulo (PT). Há um mês, ele presenteou a ministra - e também o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) - com aulas da técnica básica de meditação. A instrutora Adriane Brasileiro, guru de João Paulo, a pedido dele, foi até Brasília (DF) para transmitir seus conhecimentos aos ministros por seis dias.

Depois de acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na visita à fazenda marítima de criação de peixes da Aqualider, João Paulo participou de um debate sobre meditação transcendental no programa Rádio Livre, apresentado pela jornalista Graça Araújo. Ele contou que convenceu os ministros a meditar por causa do nível do estresse. "Eles são meus amigos e acho que a meditação é uma ferramenta importante para eles enfrentarem o dia a dia", afirmou.

Ao ser questionado desde quando a ministra Dilma tem praticado a técnica, João Paulo disse que há cerca de um mês. "Então coincide com o período de mudanças da ministra", comentou a jornalista. Ao que ele respondeu com uma risada. João Paulo também declarou acreditar que a meditação ajudou a eleição de Elias Gomes (PSDB) à prefeitura de Jaboatão dos Guararapes.

O ex-prefeito pratica meditação há 17 anos. Conheceu as técnicas depois de tentar vários meios para alcançar o "infinito", como ele diz. Chegou a praticar a teosofia, a Rosa Cruz. "Era inconformado pelos apóstolos conseguirem fazer milagres e eu não. Foi quando conheci a meditação. Ela parte da tese de que existe uma inteligência que envolve o universo, que está estruturada nas áreas mais profundas de nossa mente", contou, acrescentando que ao dominar a mente é possível atingir essa inteligência e viver com mais sabedoria.
Artigo publicado em 14 de fevereiro de 2009 no Diário de Pernambuco:

domingo, 31 de outubro de 2010

A LIÇAO DO BAMBU - Autor desconhecido

Depois de plantada a semente deste incrível arbusto, não se vê nada.
Durante 5 anos, todo o crescimento é subterrâneo, invisível a olho nu, Mas, uma maciça e fibrosa estrutura de raiz, que se estende vertical e horizontalmente pela terra está sendo construída.

Um escritor americano escreveu:

"Muitas coisas na vida pessoal e profissional são iguais ao bambu chinês":

você trabalha, investe tempo, esforço, faz tudo o que pode para nutrir seu crescimento e às vezes não vê resultados por semanas, meses ou anos.

Mas, se tiver paciência para continuar trabalhando, persistindo e nutrindo, o seu 5º ano chegará, e com ele, virão crescimento e mudanças que você jamais esperava...

O bambu chinês nos ensina que não devemos facilmente desistir de nossos projetos,de nossos sonhos... especialmente no nosso trabalho, (que é sempre um grande projeto em nossas vidas)

Devemos lembrar do bambu chinês, para não desistirmos facilmente diante das dificuldades que surgirão.

Tenha sempre dois hábitos: Persistência e Paciência, pois você merece alcançar todos os sonhos!!!

É preciso muita fibra para chegar às alturas e, ao mesmo tempo, muita flexibilidade para se curvar ao chão.

Autor desconhecido

E eu complemento... Se por acaso, um lindo bambuzal for arrancado por um terrível ciclone ou furacao, por mais que demore a renascer, ele o fará, ainda maior e mais bonito, pois suas raízes sao profundas e firmes demais para serem arrancadas por simples ciclones, furacoes, tempestades, trovoes, etc...
Uma boa tarde a todos!

sábado, 30 de outubro de 2010

Desabafo de Samah Jabr, uma médica palestina.

Aquelas poucas pessoas que chegam a refletir sobre os aspectos morais, políticos e estratégicos da nossa luta, vêem-se confrontadas com a falta de perspectivas e os desgastes que o conflito causa à razão e à consciência.

Como avaliar a Resistência Palestina com o respeito e a justiça que lhe são devidos no quadro da longa história do conflito palestino-israelense?

A ocupação da Palestina tem por fundamento uma ideologia do século XIX que nega a existência de um povo. Ela seguiu uma agenda colonial fazendo valer certos "direitos divinos a uma terra sem povo".

Em resposta a esta agressão teo-colonial, a Resistência Palestina adotou a estratégia da guerra de um povo a fim de impor o reconhecimento da Palestina como uma nação desapossada, ao invés da qualidade de "nação não existente".

Ainda hoje os palestinos continuam a viver sem dispor de um Estado, nem de forças armadas. Nossos ocupantes submetem-nos a toque de recolher, a expulsões, a demolições de casas, a tortura legalizada, e a toda uma panóplia altamente elaborada de violações dos direitos do homem.

Nada pode justificar a comparação entre o nível de responsabilidade oficial à qual os palestinos estão adstritos pelas ações de alguns indivíduos, com a responsabilidade de violência sistemática e intensa contra uma população inteira, praticada com toda a impunidade pelo Estado judeu.

A imprensa americanoa chama "terrorismo" à nossa busca de liberdade, e assim o palestino é tido como o protótipo internacional do terrorista. Esta política moldou a opinião pública ocidental tendo por conseqüência, uma tomada da posição internacional concretizada na tendência a descrever as violências cometidas contra civis palestinos com uma linguagem neutra. As vítimas palestinas ficam reduzidas a simples estatísticas anônimas, ao passo que as vítimas israelenses são pintadas com palavras e imagens fortes. Esta distorção sobre a Resistência Palestina abafou qualquer diálogo razoável.

Muitos dos nossos esforços para desafiar o cruel domínio do ocupante, são reduzidos a "ameaça do terrorismo", como se devêssemos desculpar-nos permanentemente, e nós próprios condenarmos a nossa legítima Resistência; e isso apesar da ausência de definição correta do termo "terrorismo", e do fato de que o direito à autodeterminação pela luta armada é previsto e autorizado pelo artigo 51 da Carta das Nações Unidas, referente à autodefesa.

Como é possível que a palavra "terrorismo" seja aplicada tão à vontade contra os indivíduos ou grupos que utilizam bombas artesanais, e não aos Estados que empregam armas nucleares (urânio empobrecido) e outras armas proibidas, assegurando a continuada dominação do opressor?

Israel, EUA e Grã-Bretanha encontrar-se-iam, obviamente, à cabeça da lista dos Estados exportadores de terrorismo, devido às suas agressões militares contra a população civil na Palestina, no Iraque, no Sudão e alhures.

Mas "terrorismo" é um termo político de que se serve o usurpador colonialista para desacreditar aqueles que resistem, do mesmo modo que os afrikanners e os nazistas qualificavam de "terroristas" os combatentes negros sul-africanos e os partisans da Resistência francesa.

As pessoas que vivem em condições desumanas durante toda a vida são, infelizmente, capazes de atos desumanos. O que resta aos milhares de desabrigados de Rafah, senão a Resistência? Não se trata do Islã, trata-se da natureza humana, comum a homens e mulheres, religiosos, seculares e agnósticos.

Outro fator decisivo na Resistência Palestina, é a história aflitiva das sucessivas negociações de paz, e a ausência de apoio internacional.

As negociações com Israel não trouxeram senão promessas de autonomia sobre o nosso empobrecimento, sempre reforçando a vontade do poderoso, e consolidando as desigualdades como bases de uma ocupação concebida para durar. A ausência de um mediador honesto nas negociações de paz, é a coisa mais flagrante.

As Nações Unidas foram incapazes de tomar medidas para defender os direitos dos palestinos. O mundo inteiro não foi capaz de propor qualquer remédio para as inúmeras feridas que afligem os palestinos. Em muitas ocasiões Washington utilizou o seu direito de veto no Conselho de Segurança para se opor ao consenso mundial que pedia a presença de observadores internacionais na Cisjordânia e em Gaza.

O direito internacional concede a qualquer população, combatendo uma ocupação ilegal, o direito de utilizar "todos os meios à sua disposição" para se libertar, e os povos ocupados "têm o direito de procurar e de receber apoio" (cito aqui várias resoluções da ONU).

A Resistência armada foi posta em prática pela revolução americana, pela Resistência afegã contra a União Soviética, pela Resistência francesa contra os nazistas, e pelos judeus resistentes nos campos de concentração, nomeadamente no afamado gueto de Varsóvia. Da mesma forma, a Resistência Palestina é o resultado de uma situação de ocupação ilegal, e de opressão de um povo em seu conjunto. O grau de violência pode variar, pode acontecer mesmo que a Resistência seja essencialmente não violenta.

Apesar de todas as injustiças de que são objeto, os palestinos continuam resolutamente a viver, a estudar, a orar, e a cultivar as suas terras num país ocupado. Em alguns casos, eles resistem ativamente e recorrem a atos violentos. Esta Resistência violenta pode ser, ou defensiva (e portanto, no meu íntimo, moralmente correto) como a defesa por exemplo, no campo de refugiados de Jenin pelos combatentes, face ao avanço das máquinas da morte israelenses; ou tomar a forma de atos ofensivos inaceitáveis, tal como o bombardeamento de civis israelenses a festejarem a páscoa judia.

Contudo, em ambos os casos, são indivíduos que escolhem a forma de Resistência, e a escolha que eles fazem não é obrigatoriamente aquela do conjunto do povo palestino. Entretanto, como já constatamos, quer a Resistência seja violenta, ou não violenta, ela é igualmente respondida por uma deliberada e brutal violência de Estado, por parte do democrático governo israelense e do seu exército. A morte da militante pacifista americana Rachel Corrie é a prova evidente.

"Onde está o Gandhi palestino?", perguntam-se alguns. Os nossos "Gandhis" estão ou na prisão, ou no exílio, ou enterrados. Nós não somos centenas de milhões. Um povo de 3,3 milhões e sem armas, fica vulnerável face aos 6 milhões de israelenses, todos virtualmente soldados ou reservistas. Não se trata de uma colonização econômica, os israelenses praticam a depuração étnica a fim de se apossar da terra dos palestinos para o único proveito dos judeus.

Já em 1938 Gandhi contestava e repudiava os argumentos do sionismo: "Minha simpatia não me faz esquecer a necessidade de justiça; o pedido por um lar nacional para os judeus não me convence; o argumento para este lar, é baseado na Bíblia, e na cobiça com que os judeus postulam o seu retorno à Palestina; por que não podem eles, como os demais povos da terra, estabelecer o seu lar no país onde nasceram e onde ganham a sua vida?".

Gandhi repudiou claramente a idéia de um Estado judeu sobre a "terra prometida", fazendo notar que "a Palestina na concepção bíblica não é um tratado geográfico".

A Resistência violenta é o resultado de uma ocupação militar desumana que inflige arbitrariamente castigos cotidianos; que nega a possibilidade da própria existência, dos meios de subsistência e que destrói sistematicamente toda a perspectiva de futuro do povo palestino.

Os palestinos não foram à terra de um outro povo para destruí-lo, ou despojá-lo dos seus bens.

O nosso desejo não é nos fazermos explodir para aterrorizar os outros. Nós queremos que as pessoas possam ter, por direito, uma vida decente sobre a nossa terra natal.

A segurança israelense é julgada mais importante do que os nossos direitos elementares de existência; as crianças israelenses são consideradas mais humanas do que as nossas; e a dor israelense mais inaceitável do que a nossa.

Quando nos rebelamos contra as condições desumanas que nos esmagam, nossos críticos comparam-nos a terroristas, inimigos da vida e da civilização.

As leis internacionais e os precedentes históricos de numerosas nações, reconhecem o direito de uma população, quando ela se encontra sob o jugo de uma opressão colonial, a tomar armas na sua luta de libertação. Por quê a situação seria diferente no caso dos palestinos? Se é uma regra do direito internacional, não é portanto de aplicação universal?

Os americanos estabeleceram na sua constituição direitos à vida, à liberdade e à busca da felicidade. É essencial que o direito à vida seja mencionado em primeiro lugar. Afinal de contas, sem o direito a permanecer com vida, a proteger-se dos ataques, a defender-se, os outros direitos perderiam o sentido e a razão de ser. A lógica decorrência deste direito, é o direito à autodefesa.

Nós, palestinos, continuamos a enfrentar uma ocupação brutal expondo nossos peitos desarmados, e nossas mãos nuas. Creio no diálogo entre palestinos e israelenses, mas as negociações não bastam por si próprias: elas devem ser acompanhadas pela Resistência contra a ocupação.

Entretanto, enquanto os israelenses nos acenam com o diálogo, continuam a construir assentamentos para aqueles "colonos", e a erguer uma muralha que nos encerrará e violará ainda mais os nossos direitos.

Por quê deveríamos abandonar o nosso direito de resistir? Para continuarmos a viver sob o absurdo domínio do usurpador assassino?

Viver sob a opressão e submeter-se à injustiça, é incompatível com a saúde psicológica. A Resistência não é só um direito e um dever, é também como um remédio para os oprimidos.

Independentemente de qualquer opção estratégica ou pragmática, na Resistência reside a expressão da nossa dignidade humana.

A Resistência violenta deve ser sempre defensiva e utilizada em última instância. Entretanto, é importante distinguir os alvos aceitáveis (militares) dos alvos inaceitáveis (civis) e estabelecer limites ao uso das nossas armas. O colonialista opressor, por sua vez, não deve ficar isento destes mesmos princípios.

A história da nossa Resistência deve ser olhada e avaliada do ponto de vista do direito internacional, da moralidade, da experiência e do aspecto político, tendo em conta acontecimentos cronológicos e contextuais, concedendo o seu justo lugar aos direitos do homem, às regras internacionais, e às normas de comportamento amplamente admitidas pela comunidade internacional.

Os palestinos devem procurar alternativas não violentas e eficazes como forma de Resistência. Elas poderão persuadir os progressistas de todo o mundo a juntarem-se ao nosso combate.

Afinal de contas, a força do palestino reside na sua moralidade, nas suas virtudes humanas; cabe a nós encontrar recursos morais e humanitários a fim de proteger esta força.

A Resistência da Universidade palestina

Através da Ordenação Militar 854 (uma das milhares de ordenações do exército judeu que modificam a legislação em vigor na Palestina ocupada) é Israel quem aprova as licenças de funcionamento de todas as instituições educacionais palestinas, o que implica no controle, pelas forças de ocupação, do pessoal acadêmico, dos programas e currículos, e dos manuais de ensino das escolas.

Outro golpe que afetou gravemente o funcionamento das universidades palestinas nos territórios ocupados, foi que muitos professores considerados "estrangeiros" (em realidade palestinos com passaportes de outros países) foram intimados a assinar uma declaração, segundo a qual, "o professor compromete-se a não dar qualquer apoio à OLP". Com a veemente recusa dos professores a assinarem esse ignominioso documento, a repressão foi violenta:

Imediatamente dezoito professores foram expulsos da Universidade An-Najah, enquanto outros três que estavam em outros países, foram proibidos de voltar à Palestina; dessa maneira, a Universidade de Bir-Zeit perdeu cinco professores, e a Universidade de Bethléem perdeu outros doze.

Sempre com a finalidade de eliminar a resistência cultural palestina, a prisão de estudantes e professores, pelos motivos mais fúteis, é comum em todas as universidades palestinas.

Os estudantes e professores presos são confinados na prisão de Fara'a, no Vale do Jordão; e conforme a "Lei de urgência", ainda do período do Mandato Britânico, o preso pode ficar incomunicável por até dezoito dias, sem nenhuma acusação e sem poder avisar a família, ou indicar um advogado. O "tratamento" é absolutamente degradante, e vai desde insultos a torturas.

* Samah Jabr é médica palestina. Filha de um professor universitário e de uma diretora de colégio, foi cronista do Palestine Report de 1.999 a 2.000, com a rubrica Fingerprints. Desde o princípio da Intifada contribui regularmente com o Washington Report on Middle East Affairs e com Palestine Times de Londres. Além disso recebeu o prêmio do Media Monitor's Network pela sua contribuição sobre a Intifada, e alguns dos seus artigos foram publicados no International Herald Tribune, Philadephia Inquirer, Australian Options, The New Internationalists e outras publicações. A autora deu várias conferências no estrangeiro, nomeadamente na Universidade Fordham e no St. Peter's College de Nova York, em Helsinque e em várias universidades, mesquitas e igrejas na África do Sul.