"DESTRALHE-SE"
(Carlos Solano)
"-Bom dia, como tá a alegria"? Diz dona Francisca, minha faxineira rezadeira, que acaba de chegar.
"-Antes de dar uma benzida na casa, deixa eu te dar um abraço que preste!" e ela me apertou.
Na matemática de dona Francisca, "quatro abraços por dia dão para sobreviver; oito ajudam a nos manter vivos; 12 fazem a vida prosperar".
Falando nisso, "vida nenhuma prospera se estiver pesada e intoxicada". Já ouviu falar em toxinas da casa?
Pois são:
- objetos que você não usa,
- roupas que você não gosta ou não usa há um ano,
- coisas feias,
- coisas quebradas, lascadas ou rachadas,
- velhas cartas, bilhetes,
- plantas mortas ou doentes,
- recibos, jornais, revistas, antigos,
- remédios vencidos,
- meias velhas, furadas,
- sapatos estragados...
Ufa, que peso! "O que está fora, também está dentro e afeta a saúde", aprendi isso com dona Francisca. "Saúde é o que interessa. O resto não tem pressa!", ela diz, enquanto me ajuda a 'destralhar', ou liberar as tralhas da casa...
O 'destralhamento' é a forma mais rápida de transformar a vida e ajudar as outras eventuais terapias. Com o destralhamento:
- A saúde melhora;
- A criatividade cresce;
- Os relacionamentos se aprimoram...
É comum se sentir cansado, deprimido e desanimado em um ambiente cheio de entulho, pois "existem fios invisíveis que nos ligam à tudo aquilo que possuímos".
Outros possíveis efeitos do "acúmulo e da bagunça":
- sentir-se desorganizado;
- fracassado;
- limitado;
- aumento de peso;
- apegado ao passado...
No porão e no sótão, as tralhas viram sobrecarga; na entrada, restringem o fluxo da vida; empilhadas no chão, nos puxam para baixo; acima de nós, são dores de cabeça;
"Sob a cama, poluem o sono".
"Oito horas para trabalhar; oito horas para descansar; oito horas para se cuidar."
Perguntinhas úteis na hora de destralhar-se:
- Por que estou guardando isso?
- Será que tem a ver comigo hoje?
- O que vou sentir ao liberar isto?
...e vá fazendo pilhas separadas...
- Para doar!
- Para jogar fora!
Para destralhar mais:
- livre-se de barulhos,
- das luzes fortes,
- das cores berrantes,
- dos odores químicos,
- dos revestimentos sintéticos...
e também...
- libere mágoas,
- pare de fumar,
- diminua o uso da carne,
- termine projetos inacabados.
"Se deixas sair o que está em ti, o que deixas sair te salvará... Se não deixas sair o que está em ti, o que não deixas sair te destruirá", arremata o mestre Jesus, no evangelho de Tomé.
"Acumular nos dá a sensação de permanência, apesar de a vida ser impermanente", diz a sabedoria oriental. O Ocidente resiste a essa idéia e, assim, perde contato com o sagrado instante presente.
Dona Francisca me conta que "as frutas nascem azedas e no pé, vão ficando docinhas com o tempo". A gente deveria de ser assim, ela diz: "Destralhar ajuda a adocicar."
Se os sábios concordam, quem sou eu para discordar...
“Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar ”
Dalai Lama
quinta-feira, 7 de abril de 2011
terça-feira, 22 de março de 2011
O HOMEM MAIS FELIZ DO MUNDO
Trabalhe como se o mundo dependesse de você, e viva internamente com a consciência tranquila, afastada dos ruídos do mundo, como se você fosse perder seu corpo em breve. (Anônimo)
O HOMEM MAIS FELIZ DO MUNDO
Seu nome é Matthieu Ricard, com 62 anos de idade, nascido em França, budista por convicção e o único entre centenas de voluntários num estudo científico ao cérebro que não só alcançou a máxima qualificação de felicidade previstas pelos métodos científicos, como superou por completo o "felizômetro", um aparelho ao qual aceitou ligar-se com 256 sensores no crânio, criadores de imagens por Ressonância Magnética Funcional, que permitiram verificar uma actividade supra normal de grande equilibrio mental e emocional. Numa escala que variava entre +0.3 a -0.3 (beatífico) os resultados de M.Ricard situaram-se fora da mesma por mais de -0.45. Foi a primeira vez no mundo que isto aconteceu!!!
Ele é, no entanto, um indivíduo que vive numa cela de dois por dois num Mosteiro, não é dono de nenhuma empresa petrolífera de sucesso nem executivo de nenhuma das companhias da Fortune 500, não vive dependente do telefone ou telemóvel, não tem nenhum iate nem conduz um BMW ou Rolls Royce, não veste roupas de Armani nem Hugo Boss, desconhece o efeito do Prozac e do Viagra, não toma drogas como o “êxtasi” ou outras para ter extases, nem sequer toma uma Coca-Cola.
Em suma: O homem mais feliz do planeta é um homem que prescinde de dinheiro, competição profissional, vida sexual, e popularidade.
O paradoxo do caso não é o facto de ser um homem tão feliz e sim como chegou a sê-lo desprendendo-se de tudo aquilo que a maioria das pessoas faz para alcançar um pouco de ‘felicidade’, ou seja: posses, bens materiais, dinheiro, poder, etc... Não, não é isso que Matthieu Ricard procurou e sim até desprezou. No entanto, ele ainda fez doutoramento em genética molecular e trabalhou ao lado do prêmio Nobel da Medicina, Francois Jacob, além de ser filho de Jean François Revel, um famoso filósofo e membro emérito da Academia Francesa, recentemente falecido.
O paradoxo do caso não é o facto de ser um homem tão feliz e sim como chegou a sê-lo desprendendo-se de tudo aquilo que a maioria das pessoas faz para alcançar um pouco de ‘felicidade’, ou seja: posses, bens materiais, dinheiro, poder, etc... Não, não é isso que Matthieu Ricard procurou e sim até desprezou. No entanto, ele ainda fez doutoramento em genética molecular e trabalhou ao lado do prêmio Nobel da Medicina, Francois Jacob, além de ser filho de Jean François Revel, um famoso filósofo e membro emérito da Academia Francesa, recentemente falecido.
Com o mundo do sucesso à sua frente, e a ponto de converter-se num eminente cientista, Ricard escolheu outro caminho fortemente impressionado pela riqueza da filosofia oriental. Dedicou-se então à meditação, tornou-se discípulo do mestre tibetano Dilgo Rinpoche, foi para o Himalaia, adoptou o caminho dos monges, e iniciou uma nova vida partindo do zero.
Hoje é um dos maiores estudiosos dos clássicos tibetanos, é assessor e braço direito do DALAI LAMA e tem doado milhões de euros - produto da venda da publicação de seus livros - a mosteiros e obras de caridade, como por exemplo a construção de dezasseis clínicas e sete escolas, incluindo uma para oitocentas crianças. Todo este trabalho foi realizado nos distritos desesperadamente pobres situados a grande altitude nos Himalaias. Para além disto, Matthieu Ricard foi responsável pela construção de orfanatos, programas para várias centenas de idosos e sete pontes.
É isto que faz verdadeiramente Matthieu Ricard ser um homem feliz e realizado, tal como outras grandes figuras do nosso tempo, cada uma sendo feliz do seu modo a praticar o bem neste Mundo onde o egoismo, o materialismo e o consumismo toma conta da alma humana prendendo-a cada vez mais ao grande Mundo de Ilusão (Maya).
Claro que ele, o mundo material existe, é real para todos nós que precisamos de labutar para sobreviver e desfrutar do melhor modo possivel as delícias desta vida que Deus nos deu para Viver, mas o problema é não o sabermos fazer como deviamos e andamos sim mais preocupados para ter e não para Ser.
Tudo isso origina grandes ansiedades e lutas durante a vida que levam a uma enorme competição para conseguir coisas que nem sempre são as melhores, originando grandes desgastes ou dispêndios de energia (física mental e espiritual), levando a erros e desregramentos causadores de inúmeros sofrimentos. O resultado final nem sempre é o melhor e acaba quase sempre dum modo muito triste para a pessoa que parte cansada desta vida atribulada.
Por isso, todos beneficiariam dum modo de vida mais são e verdadeiro se não se apegassem tanto às coisas efêmeras duma vida sem sentido ou com muito dinheiro. Matthieu Ricard entendeu isso perfeitamente e seguiu noutra direcção, sentindo-se hoje o homem mais feliz do Mundo, nada tendo e tudo possuindo...
Fica aqui mais esta dissertação, com a habitual
“Pausa para reflexão”!
Rui Palmela
Claro que ele, o mundo material existe, é real para todos nós que precisamos de labutar para sobreviver e desfrutar do melhor modo possivel as delícias desta vida que Deus nos deu para Viver, mas o problema é não o sabermos fazer como deviamos e andamos sim mais preocupados para ter e não para Ser.
Tudo isso origina grandes ansiedades e lutas durante a vida que levam a uma enorme competição para conseguir coisas que nem sempre são as melhores, originando grandes desgastes ou dispêndios de energia (física mental e espiritual), levando a erros e desregramentos causadores de inúmeros sofrimentos. O resultado final nem sempre é o melhor e acaba quase sempre dum modo muito triste para a pessoa que parte cansada desta vida atribulada.
Por isso, todos beneficiariam dum modo de vida mais são e verdadeiro se não se apegassem tanto às coisas efêmeras duma vida sem sentido ou com muito dinheiro. Matthieu Ricard entendeu isso perfeitamente e seguiu noutra direcção, sentindo-se hoje o homem mais feliz do Mundo, nada tendo e tudo possuindo...
Fica aqui mais esta dissertação, com a habitual
“Pausa para reflexão”!
Rui Palmela
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quinta-feira, 17 de março de 2011
Especialistas temem grande terremoto nos EUA
Pode ter chegado a hora de um grande terremoto, seguido de maremoto, para o oeste dos Estados Unidos, como o que atingiu o Japão na semana passada, e o país não está preparado, consideraram especialistas.
Os recentes acontecimentos no "Cinturão de fogo" do Pacífico levam alguns sismólogos a acreditar na iminência de um violento terremoto depois do que atingiu o Chile há um ano.
O oeste dos Estados Unidos, localizado entre duas zonas de forte atividade geológica, está particularmente exposto: a falha de San Andrés, que passa próximo de San Francisco e de Los Angeles, mas também a de Cascádia, localizada frente à costa oeste do Canadá e dos Estados Unidos.
Se um terremoto de magnitude 9 atingir essa zona da mesma forma que atingiu o Japão na sexta-feira poderá devastar as cidades de Vancouver, Portland e Seattle e desencadear um terrível maremoto.
"Nos últimos 10.000 anos, contamos 41 terremotos em Cascádia, a cada 240 anos em média. O último ocorreu há 311 anos. Um novo terremoto já deveria ter acontecido", explica Wang Yumei, geóloga do departamento de Geologia do Estado do Oregon.
"Os cientistas não podem prever exatamente a data de um terremoto, mas podem avaliar os danos que causaria", acrescentou.
Foram feitos grandes esforços para melhorar as infraestruturas nas últimas décadas nos estados do oeste do país, mas em várias regiões litorâneas muitas estruturas vitais públicas ainda estão em edifícios antigos.
Os especialistas também estão preocupados com os idosos e com as pessoas hospitalizadas próximo ao litoral, que não podem se deslocar com rapidez em caso de uma onda gigante.
Engenheiros já apresentaram projetos de construção de refúgios em locais altos, mas nunca concluíram.
"Todos os preparativos são feitos por iniciativa local e são extremamente variáveis ao longo da costa", observa Tom Tobin, presidente do Instituto Americano de Pesquisa da Construção em Zonas Sísmicas.
O especialista afirma que na Califórnia uma lei federal defende que os hospitais sigam as normas para enfrentar os riscos sísmicos. Mas "desde 1971, apenas um hospital foi construído em San Francisco conforme essas normas. Outros edifícios são ultrapassados, alguns datam inclusive do início do século XX".
"Não estamos preparados", considera o sismólogo Ivan Wong, vice-presidente da URS, uma empresa que presta assessoria em meio ambiente e engenharia. "Não estamos nem no nível da preparação do Japão que, como vimos, ficou devastado", acrescentou.
"Temos muitas dificuldades para convencer os americanos de que na costa noroeste correm um risco real", explicou.
No entanto, embora os tremores se intensifiquem ao longo do "Cinturão de fogo", outros cientistas consideram que não estão em condições de estabelecer uma regra que provaria que um terremoto no Japão deixa os Estados Unidos mais expostos.
"Até onde sabemos, um terremoto no Japão não gera forçosamente um terremoto em outro lugar do mundo, como a Califórnia", considera Jim Whitcomb, geofísico da Fundação Nacional de Ciências.
Segundo ele, o próximo sismo nos Estados Unidos poderá ser antecedido, como no Japão na semana passada, de uma primeira onda de magnitude 7,2.
Ou talvez não. "Cada terremoto é único e segue seu próprio caminho", ressalta.
Os recentes acontecimentos no "Cinturão de fogo" do Pacífico levam alguns sismólogos a acreditar na iminência de um violento terremoto depois do que atingiu o Chile há um ano.
O oeste dos Estados Unidos, localizado entre duas zonas de forte atividade geológica, está particularmente exposto: a falha de San Andrés, que passa próximo de San Francisco e de Los Angeles, mas também a de Cascádia, localizada frente à costa oeste do Canadá e dos Estados Unidos.
Se um terremoto de magnitude 9 atingir essa zona da mesma forma que atingiu o Japão na sexta-feira poderá devastar as cidades de Vancouver, Portland e Seattle e desencadear um terrível maremoto.
"Nos últimos 10.000 anos, contamos 41 terremotos em Cascádia, a cada 240 anos em média. O último ocorreu há 311 anos. Um novo terremoto já deveria ter acontecido", explica Wang Yumei, geóloga do departamento de Geologia do Estado do Oregon.
"Os cientistas não podem prever exatamente a data de um terremoto, mas podem avaliar os danos que causaria", acrescentou.
Foram feitos grandes esforços para melhorar as infraestruturas nas últimas décadas nos estados do oeste do país, mas em várias regiões litorâneas muitas estruturas vitais públicas ainda estão em edifícios antigos.
Os especialistas também estão preocupados com os idosos e com as pessoas hospitalizadas próximo ao litoral, que não podem se deslocar com rapidez em caso de uma onda gigante.
Engenheiros já apresentaram projetos de construção de refúgios em locais altos, mas nunca concluíram.
"Todos os preparativos são feitos por iniciativa local e são extremamente variáveis ao longo da costa", observa Tom Tobin, presidente do Instituto Americano de Pesquisa da Construção em Zonas Sísmicas.
O especialista afirma que na Califórnia uma lei federal defende que os hospitais sigam as normas para enfrentar os riscos sísmicos. Mas "desde 1971, apenas um hospital foi construído em San Francisco conforme essas normas. Outros edifícios são ultrapassados, alguns datam inclusive do início do século XX".
"Não estamos preparados", considera o sismólogo Ivan Wong, vice-presidente da URS, uma empresa que presta assessoria em meio ambiente e engenharia. "Não estamos nem no nível da preparação do Japão que, como vimos, ficou devastado", acrescentou.
"Temos muitas dificuldades para convencer os americanos de que na costa noroeste correm um risco real", explicou.
No entanto, embora os tremores se intensifiquem ao longo do "Cinturão de fogo", outros cientistas consideram que não estão em condições de estabelecer uma regra que provaria que um terremoto no Japão deixa os Estados Unidos mais expostos.
"Até onde sabemos, um terremoto no Japão não gera forçosamente um terremoto em outro lugar do mundo, como a Califórnia", considera Jim Whitcomb, geofísico da Fundação Nacional de Ciências.
Segundo ele, o próximo sismo nos Estados Unidos poderá ser antecedido, como no Japão na semana passada, de uma primeira onda de magnitude 7,2.
Ou talvez não. "Cada terremoto é único e segue seu próprio caminho", ressalta.
Tragédias naturais expõem perda da noção de limite.
Tragédias naturais expõem perda da noção de limite
Por Marco Aurélio Weissheimer*
Nas catástrofes atuais, parece que vivemos um paradoxo: se, por um lado,
temos um desenvolvimento vertiginoso dos meios de comunicação, por outro, a
qualidade da reflexão sobre tais acontecimentos parece ter empobrecido, se
comparamos com o tipo de debate gerado pelo terremoto de Lisboa, no século
XVIII, que envolveu alguns dos principais pensadores da época. A humanidade
está bordejando todos os limites perigosos do planeta Terra e se aproxima
cada vez mais de áreas de riscos, como bordas de vulcões e regiões altamente
sísmicas, construindo inclusive usinas nucleares nestas áreas. A idéia de
limite se perdeu e a maioria das pessoas não parece muito preocupada com
isso.
No dia 1° de novembro de 1755, Lisboa foi devastada por um terremoto seguido
de um tsunami. A partir de estudos geológicos e arqueológicos, estima-se
hoje que o sismo atingiu 9 graus na escala Richter e as ondas do tsunami
chegaram a 20 metros de altura. De uma população de 275 mil habitantes,
calcula-se que cerca de 20 mil morreram (há estimativas que falam em até 50
mil mortos). Além de atingir grande parte do litoral do Algarve, o terremoto
e o tsunami também atingiram o norte da África. Apesar da precariedade dos
meios de comunicação de então, a tragédia teve um grande impacto na Europa e
foi objeto de reflexão por pensadores como Kant, Rousseau, Goethe e
Voltaire. A sociedade europeia vivia então o florescimento do Iluminismo, da
Revolução Industrial e do Capitalismo. Havia uma atmosfera de grande
confiança nas possibilidades da razão e do progresso científico.
No Poème sur le desastre de Lisbonne, ("Poema sobre o desastre de Lisboa"),
Voltaire satiriza a ideia de Leibniz, segundo a qual este seria "o melhor
dos mundos possíveis". "O terremoto de Lisboa foi suficiente para Voltaire
refutar a teodiceia de Leibniz", ironizou Theodor Adorno. "Filósofos
iludidos que gritam, 'Tudo está bem', apressados, contemplam estas ruínas
tremendas" - escreveu Voltaire, acrescentando: "Que crimes cometeram estas
crianças, esmagadas e ensanguentadas no colo de suas mães?"
Rousseau não gostou da leitura de Voltaire e responsabilizou a ação do homem
que estaria "corrompendo a harmonia da criação". "Há que convir... que a
natureza não reuniu em Lisboa 20.000 casas de seis ou sete andares, e que se
os habitantes dessa grande cidade se tivessem dispersado mais uniformemente
e construído de modo mais ligeiro, os estragos teriam sido muito menores,
talvez nulos", escreveu.
Já Kant procurou entender o fenômeno e suas causas no domínio da ordem
natural. O terremoto de Lisboa, entre outras coisas, acabará inspirando seus
estudos sobre a ideia do sublime. Para Kant, "o Homem ao tentar compreender
a enormidade das grandes catástrofes, confronta-se com a Natureza numa
escala de dimensão e força transumanas que embora tome mais evidente a sua
fragilidade física, fortifica a consciência da superioridade do seu espírito
face à Natureza, mesmo quando esta o ameaça".
A tragédia que se abateu sobre Lisboa, portanto, para além das perdas
humanas, materiais e econômicas, impactou a imaginação do seu tempo e
inspirou reflexões sobre a relação do homem com a natureza e sobre o estado
do mundo na época. Uma época, cabe lembrar, onde os meios de comunicação
resumiam-se basicamente a algumas poucas, e caras, publicações impressas, e
à transmissão oral de informações, versões e opiniões sobre os
acontecimentos. Nas catástrofes atuais, parece que vivemos um paradoxo: se,
por um lado, temos um desenvolvimento vertiginoso dos meios de comunicação,
por outro, a qualidade da reflexão sobre tais acontecimentos parece ter
empobrecido, se comparamos com o tipo de debate gerado pelo terremoto de
Lisboa.
A espetacularização das tragédias e a perda da noção de limite
Em maio de 2010, em uma entrevista à revista Adverso - http://www.adufrgs.org.br/conteudo/sec.asp?id=cont_adverso.asp
<http://www.adufrgs.org.br/conteudo/sec.asp?id=cont_adverso.asp&InCdMateria=
1463> &InCdMateria=1463 (da Associação dos Docentes da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul), o geólogo Rualdo Menegat, professor do Departamento
de Paleontologia e Estratigrafia do Instituo de Geociências da UFRGS,
criticou o modo como a mídia cobre, de modo geral, esse tipo de fenômeno.
"Ela espetaculariza essas tragédias de uma maneira que não ajuda as pessoas
entenderem que há uma manifestação das forças naturais aí e que nós
precisamos saber nos precaver. A maneira como a grande imprensa trata estes
acontecimentos (como vulcões, terremotos e enchentes), ao invés de provocar
uma reflexão sobre o nosso lugar na natureza, traz apenas as imagens de algo
que veio interromper o que não poderia ser interrompido, a saber, a nossa
rotina urbana. Essa percepção de que nosso dia a dia não pode ser
interrompido pelas manifestação das forças naturais está ligada à ideia de
que somos sobrenaturais, de que estamos para além da natureza".
Para Menegat, uma das principais lacunas nestas coberturas é a ausência de
uma reflexão sobre a ideia de limite. É bem conhecida a imagem medieval de
uma Terra plana, cujos mares acabariam em um abismo. Como ficou provado mais
tarde, a imagem estava errada, mas ela trazia uma noção de limite que acabou
se perdendo. "Embora a imagem estivesse errada na sua forma, ela estava
correta no seu conteúdo. Nós temos limites evidentes de ocupação no planeta
Terra. Não podemos ocupar o fundo dos mares, não podemos ocupar arcos
vulcânicos, não podemos ocupar de forma intensiva bordas de placas
tectônicas ativas, como o Japão, o Chile, a borda andina, a borda do oeste
americano, como Anatólia, na Turquia", observa o geólogo.
Não podemos, mas ocupamos, de maneira cada vez mais destemida. O que está
acontecendo agora com as usinas nucleares japonesas atingidas pelo grande
terremoto do dia 11 de março é mais um alarmante indicativo do tipo de
tragédia que pode atingir o mundo globalmente. O que esses eventos nos
mostram, enfatiza Menegat, é a progressiva cegueira da civilização humana
contemporânea em relação à natureza. A humanidade está bordejando todos os
limites perigosos do planeta Terra e se aproxima cada vez mais de áreas de
riscos, como bordas de vulcões e regiões altamente sísmicas. "Estamos
ocupando locais que, há 50 anos atrás, não ocupávamos. Como as nossas
cidades estão ficando gigantes e cegas, elas não enxergam o tamanho do
precipício, a proporção do perigo desses locais que elas ocupam", diz ainda
o geólogo, que resume assim a natureza do problema:
"Estamos falando de 6 bilhões e 700 milhões de habitantes, dos quais mais da
metade, cerca de 3,7 bilhões, vive em cidades. Isso aumenta a percepção da
tragédia como algo assustador. Como as nossas cidades estão ficando muito
gigantes e as pessoas estão cegas, elas não se dão conta do tamanho do
precipício e do tamanho do perigo desses locais onde estão instaladas. Isso
faz também com que tenhamos uma visão dessas catástrofes como algo
surpreendente".
A fúria da lógica contra a irracionalidade
Como disse Rousseau, no século XVIII, não foi a natureza que reuniu, em
Lisboa, 20.000 casas de seis ou sete andares. Diante de tragédias como a que
vemos agora no Japão, não faltam aqueles que falam em "fúria da natureza"
ou, pior, "vingança da natureza". Se há alguma vingança se manifestando
neste tipo de evento catastrófico, é a da lógica contra a irracionalidade.
Como diz Menegat, a Terra e a natureza não são prioridades para a sociedade
contemporânea. Propagandas de bancos, operadoras de cartões de crédito e
empresas telefônicas fazem a apologia do mundo sem limites e sem fronteiras,
do consumidor que pode tudo.
As reflexões de Kant sobre o terremoto de Lisboa não são, é claro, o
carro-chefe de sua obra.
Por Marco Aurélio Weissheimer*
Nas catástrofes atuais, parece que vivemos um paradoxo: se, por um lado,
temos um desenvolvimento vertiginoso dos meios de comunicação, por outro, a
qualidade da reflexão sobre tais acontecimentos parece ter empobrecido, se
comparamos com o tipo de debate gerado pelo terremoto de Lisboa, no século
XVIII, que envolveu alguns dos principais pensadores da época. A humanidade
está bordejando todos os limites perigosos do planeta Terra e se aproxima
cada vez mais de áreas de riscos, como bordas de vulcões e regiões altamente
sísmicas, construindo inclusive usinas nucleares nestas áreas. A idéia de
limite se perdeu e a maioria das pessoas não parece muito preocupada com
isso.
No dia 1° de novembro de 1755, Lisboa foi devastada por um terremoto seguido
de um tsunami. A partir de estudos geológicos e arqueológicos, estima-se
hoje que o sismo atingiu 9 graus na escala Richter e as ondas do tsunami
chegaram a 20 metros de altura. De uma população de 275 mil habitantes,
calcula-se que cerca de 20 mil morreram (há estimativas que falam em até 50
mil mortos). Além de atingir grande parte do litoral do Algarve, o terremoto
e o tsunami também atingiram o norte da África. Apesar da precariedade dos
meios de comunicação de então, a tragédia teve um grande impacto na Europa e
foi objeto de reflexão por pensadores como Kant, Rousseau, Goethe e
Voltaire. A sociedade europeia vivia então o florescimento do Iluminismo, da
Revolução Industrial e do Capitalismo. Havia uma atmosfera de grande
confiança nas possibilidades da razão e do progresso científico.
No Poème sur le desastre de Lisbonne, ("Poema sobre o desastre de Lisboa"),
Voltaire satiriza a ideia de Leibniz, segundo a qual este seria "o melhor
dos mundos possíveis". "O terremoto de Lisboa foi suficiente para Voltaire
refutar a teodiceia de Leibniz", ironizou Theodor Adorno. "Filósofos
iludidos que gritam, 'Tudo está bem', apressados, contemplam estas ruínas
tremendas" - escreveu Voltaire, acrescentando: "Que crimes cometeram estas
crianças, esmagadas e ensanguentadas no colo de suas mães?"
Rousseau não gostou da leitura de Voltaire e responsabilizou a ação do homem
que estaria "corrompendo a harmonia da criação". "Há que convir... que a
natureza não reuniu em Lisboa 20.000 casas de seis ou sete andares, e que se
os habitantes dessa grande cidade se tivessem dispersado mais uniformemente
e construído de modo mais ligeiro, os estragos teriam sido muito menores,
talvez nulos", escreveu.
Já Kant procurou entender o fenômeno e suas causas no domínio da ordem
natural. O terremoto de Lisboa, entre outras coisas, acabará inspirando seus
estudos sobre a ideia do sublime. Para Kant, "o Homem ao tentar compreender
a enormidade das grandes catástrofes, confronta-se com a Natureza numa
escala de dimensão e força transumanas que embora tome mais evidente a sua
fragilidade física, fortifica a consciência da superioridade do seu espírito
face à Natureza, mesmo quando esta o ameaça".
A tragédia que se abateu sobre Lisboa, portanto, para além das perdas
humanas, materiais e econômicas, impactou a imaginação do seu tempo e
inspirou reflexões sobre a relação do homem com a natureza e sobre o estado
do mundo na época. Uma época, cabe lembrar, onde os meios de comunicação
resumiam-se basicamente a algumas poucas, e caras, publicações impressas, e
à transmissão oral de informações, versões e opiniões sobre os
acontecimentos. Nas catástrofes atuais, parece que vivemos um paradoxo: se,
por um lado, temos um desenvolvimento vertiginoso dos meios de comunicação,
por outro, a qualidade da reflexão sobre tais acontecimentos parece ter
empobrecido, se comparamos com o tipo de debate gerado pelo terremoto de
Lisboa.
A espetacularização das tragédias e a perda da noção de limite
Em maio de 2010, em uma entrevista à revista Adverso - http://www.adufrgs.org.br/conteudo/sec.asp?id=cont_adverso.asp
<http://www.adufrgs.org.br/conteudo/sec.asp?id=cont_adverso.asp&InCdMateria=
1463> &InCdMateria=1463 (da Associação dos Docentes da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul), o geólogo Rualdo Menegat, professor do Departamento
de Paleontologia e Estratigrafia do Instituo de Geociências da UFRGS,
criticou o modo como a mídia cobre, de modo geral, esse tipo de fenômeno.
"Ela espetaculariza essas tragédias de uma maneira que não ajuda as pessoas
entenderem que há uma manifestação das forças naturais aí e que nós
precisamos saber nos precaver. A maneira como a grande imprensa trata estes
acontecimentos (como vulcões, terremotos e enchentes), ao invés de provocar
uma reflexão sobre o nosso lugar na natureza, traz apenas as imagens de algo
que veio interromper o que não poderia ser interrompido, a saber, a nossa
rotina urbana. Essa percepção de que nosso dia a dia não pode ser
interrompido pelas manifestação das forças naturais está ligada à ideia de
que somos sobrenaturais, de que estamos para além da natureza".
Para Menegat, uma das principais lacunas nestas coberturas é a ausência de
uma reflexão sobre a ideia de limite. É bem conhecida a imagem medieval de
uma Terra plana, cujos mares acabariam em um abismo. Como ficou provado mais
tarde, a imagem estava errada, mas ela trazia uma noção de limite que acabou
se perdendo. "Embora a imagem estivesse errada na sua forma, ela estava
correta no seu conteúdo. Nós temos limites evidentes de ocupação no planeta
Terra. Não podemos ocupar o fundo dos mares, não podemos ocupar arcos
vulcânicos, não podemos ocupar de forma intensiva bordas de placas
tectônicas ativas, como o Japão, o Chile, a borda andina, a borda do oeste
americano, como Anatólia, na Turquia", observa o geólogo.
Não podemos, mas ocupamos, de maneira cada vez mais destemida. O que está
acontecendo agora com as usinas nucleares japonesas atingidas pelo grande
terremoto do dia 11 de março é mais um alarmante indicativo do tipo de
tragédia que pode atingir o mundo globalmente. O que esses eventos nos
mostram, enfatiza Menegat, é a progressiva cegueira da civilização humana
contemporânea em relação à natureza. A humanidade está bordejando todos os
limites perigosos do planeta Terra e se aproxima cada vez mais de áreas de
riscos, como bordas de vulcões e regiões altamente sísmicas. "Estamos
ocupando locais que, há 50 anos atrás, não ocupávamos. Como as nossas
cidades estão ficando gigantes e cegas, elas não enxergam o tamanho do
precipício, a proporção do perigo desses locais que elas ocupam", diz ainda
o geólogo, que resume assim a natureza do problema:
"Estamos falando de 6 bilhões e 700 milhões de habitantes, dos quais mais da
metade, cerca de 3,7 bilhões, vive em cidades. Isso aumenta a percepção da
tragédia como algo assustador. Como as nossas cidades estão ficando muito
gigantes e as pessoas estão cegas, elas não se dão conta do tamanho do
precipício e do tamanho do perigo desses locais onde estão instaladas. Isso
faz também com que tenhamos uma visão dessas catástrofes como algo
surpreendente".
A fúria da lógica contra a irracionalidade
Como disse Rousseau, no século XVIII, não foi a natureza que reuniu, em
Lisboa, 20.000 casas de seis ou sete andares. Diante de tragédias como a que
vemos agora no Japão, não faltam aqueles que falam em "fúria da natureza"
ou, pior, "vingança da natureza". Se há alguma vingança se manifestando
neste tipo de evento catastrófico, é a da lógica contra a irracionalidade.
Como diz Menegat, a Terra e a natureza não são prioridades para a sociedade
contemporânea. Propagandas de bancos, operadoras de cartões de crédito e
empresas telefônicas fazem a apologia do mundo sem limites e sem fronteiras,
do consumidor que pode tudo.
As reflexões de Kant sobre o terremoto de Lisboa não são, é claro, o
carro-chefe de sua obra.
A maior contribuição do filósofo alemão ao pensamento humano foi impor uma espécie de regra de finitude ao conhecimento humano: somos seres corporais, cuja possibilidade de conhecimento se dá em
limites espaço-temporais.
limites espaço-temporais.
Esses limites estabelecidos por Kant na Crítica da
Razão Pura não diminuem em nada a razão humana. Pelo contrário, a
engrandecem ao livrá-la de tentações megalomaníacas que sonham em levar o
pensamento humano a alturas irrespiráveis. Assim como a razão, o mundo tem
limites.
Razão Pura não diminuem em nada a razão humana. Pelo contrário, a
engrandecem ao livrá-la de tentações megalomaníacas que sonham em levar o
pensamento humano a alturas irrespiráveis. Assim como a razão, o mundo tem
limites.
Pensar o contrário e conceber um mundo ilimitado, onde podemos
tudo, é alimentar uma espécie de metafísica da destruição que parece estar
bem assentada no planeta.
tudo, é alimentar uma espécie de metafísica da destruição que parece estar
bem assentada no planeta.
Feliz ou infelizmente, a natureza está aí sempre pronta a nos despertar deste sono dogmático.
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(Fonte: Agência Envolverde - Publicado originalmente pela Agência Carta
Maior -<http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17534>
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(Fonte: Agência Envolverde - Publicado originalmente pela Agência Carta
Maior -<http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17534>
quarta-feira, 16 de março de 2011
Pesquisadores alegam ter encontrado a cidade perdida de Atlântida
Pesquisadores alegam ter encontrado a cidade perdida de Atlântida
Seg, 14 Mar, 05h50
A lendária cidade que teria sido afundada no oceano por um tsunami estaria localizada na costa sul da Espanha.Um grupo de pesquisadores de diferentes nacionalidades afirma ter encontrado a localidade da cidade perdida Atlântida, a lendária cidade da antiguidade que teria sido afundada no oceano após ser atingida por um tsunami.
A equipe responsável pela possível descoberta é liderada pelo arqueólogo americano Richard Freund, da Universidade de Hartford, nos Estados Unidos. Segundo o site da universidade, os pesquisadores utilizaram fotografias aéreas, ondas penetrantes de radar e tomografia de resistividade elétrica para aferir as informações da localização do que poderia ter sido a primeira metrópole já criada pelo homem, destaca o site Engadget . Segundo eles, as ruínas do que seria Atlantis estão localizadas na costa sul da Espanha.
Atlantis, ou o continente perdido de Atlântida, como também é conhecida, foi primeiro descrita pelo grego Platão, assim como conta sua página na Wikipédia ( pt.wikipedia.org/wiki/Atlântida ) e seria uma civilização bastante avançada como sociedade e que se desenvolveu em uma ilha, mas que teria afundado no oceano em apenas um dia.
Os pesquisadores trabalharam durante os anos de 2009 e 2010 com as imagens e realizando levantamentos na região do sul da Espanha, próximas ao Parque Doña Ana, tendo encontrado ruínas de uma cidade que dataria de mais de 4 mil anos. Mas o que realmente deu a Freund a ideia de que as ruínas poderiam ser mesmo Atlântida foi o fato dele ter encontrado em muitos locais da Espanha cidades memoriais, construídas à imagem da cidade mítica.
Na noite deste domingo, nos Estados Unidos, o canal de TV da National Geographic apresentou um programa sobre a possível descoberta dos pesquisadores, chamado de Finding Atlantis, ou Encontrando Atlantis, em inglês. Mais informações sobre o show podem ser obtidas na página da NatGeo (goo.gl/6bJXJ).
Para quem pode estar se perguntando se isto tudo não seria apenas trabalho de oportunistas dados os acontecimentos da última sexta-feira (11) no Japão, fica o destaque que o programa da NatGeo com os pesquisadores da Universidade de Hartford foi gravado no dia 9 de março, ou seja, dois dias antes da tragédia na Ásia.
Muitas são as histórias, as lendas e as teorias envolvendo a cidade mítica Atlântida. Será esta mais uma delas?
sexta-feira, 11 de março de 2011
Pessoas que se sentem amadas dão menos valor às coisas materiais
Pessoas que se sentem amadas dão menos valor às coisas materiais
Redação do Diário da SaúdeAmor e aceitação
Pessoas que se sentem mais seguras em receber amor e aceitação por parte dos outros atribuem menos valor monetário aos seus bens.
A conclusão é de um estudo realizado por cientistas das universidades de New Hampshire e Yale, nos EUA, liderados pelo Dr. Edward Lemay.
Os pesquisadores descobriram que as pessoas com sentimentos de segurança interpessoal mais intensos - uma sensação de ser amado e aceito pelos outros - acreditam que seus bens têm menos valor do que as pessoas que não compartilham desses sentimentos.
Sensação de proteção e segurança
Nos experimentos, os pesquisadores mediram o quanto as pessoas valorizavam itens comuns, como um cobertor ou uma caneta.
Em alguns casos, as pessoas que não se sentiam seguras deram um valor a um item cinco vezes maior do que o valor atribuído ao mesmo item por pessoas mais seguras.
"As pessoas valorizam suas posses, em parte, porque esses bens lhes dão uma sensação de proteção, segurança e conforto," explica Lemay.
"Mas o que descobrimos foi que, se as pessoas já têm um sentimento de serem amadas e aceitas pelos outros, o que também fornece uma sensação de proteção, segurança e conforto, esses pertences perdem valor."
Sovinice e brigas por herança
Os pesquisadores acreditam que os resultados do estudo podem ser usados para ajudar pessoas com distúrbios de acumulação de bens materiais.
"Essas descobertas parecem ser particularmente relevantes para compreender porque as pessoas guardam bens que não são mais úteis.
"Elas também podem ser relevantes para entender por que membros da família muitas vezes brigam por bens que sentem que são deles por direito, mesmo que já estejam usufruindo deles.
"Bens de herança podem ser especialmente valorizados porque a ameaça de morte associada ameaça a segurança pessoal," diz Lemay.
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Célula a hidrogênio alimenta notebooks e bicicletas elétricas
Célula a hidrogênio alimenta notebooks e bicicletas elétricas
Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/02/2011
Ao gerar a energia necessária para alimentar o equipamento, a célula produz apenas vapor de água como subproduto.[Imagem: Signa]
Durante o Mobile World Congress, realizado em Barcelona nesta semana, os visitantes puderam conhecer um sistema de alimentação a hidrogênio para notebooks e outros equipamentos móveis.
O sistema é composto de uma célula alimentada a hidrogênio, fornecida pela Powertrekk. Ao gerar a energia necessária para alimentar o equipamento, a célula produz apenas vapor de água como subproduto.
Os cartuchos de hidrogênio estão sendo colocados no mercado com capacidades para alimentar células a combustível de 1 watt até 3 kilowatts.
Isto os torna capazes não apenas de recarregar telefones celulares, notebooks, GPS e qualquer outro produto portátil, mas também de alimentar equipamentos com consumo significativo de energia.
Uma célula a combustível com o cartucho de maior capacidade pode alimentar uma bicicleta elétrica por até 160 quilômetros, a uma velocidade de 40 km/h.
Uma célula a combustível com o cartucho de maior capacidade pode alimentar uma bicicleta elétrica por até 160 quilômetros, a uma velocidade de 40 km/h. [Imagem: Signa]
As recargas de hidrogênio, que estão sendo lançadas pela empresa Signa Chemistry, baseiam-se no trabalho do professor James Dye, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.
O Dr. Dye trabalha com metais de base alcalina, tendo desenvolvido o uso do siliceto de sódio para produzir hidrogênio.
"Em nosso laboratório, nós produzimos silicetos metal-alcalinos, que basicamente são feitos de sódio e silício que, por sua vez, vêm do sal e da areia," conta o pesquisador. "Nós conseguimos produzir hidrogênio adicionando água ao siliceto de sódio, e o hidrogênio alimenta as células a combustível."
Depois de exaurida sua carga de hidrogênio, o cartucho contém apenas silicato de sódio, o mesmo material encontrado nas pastas de dentes, por exemplo, o que mantém a característica "verde" dessa fonte de energia.
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