(É antiga mas muito atual)
Durante debate em uma universidade, nos Estados Unidos,o ex-governador do DF, ex-ministro da educação e atual senador CRISTÓVAM BUARQUE, foi questionado
sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia.
O jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um brasileiro.
Esta foi a resposta do Sr.Cristóvam Buarque:
"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.
"Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.
"Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro.O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia
para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou
diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço."
"Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser
internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.
Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
"Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.
Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário
ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês,decidiu enterrar com ele, um quadro de
um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.
"Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York,
como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua historia do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
"Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas
mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
"Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola.
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.
"Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.
Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia
seja nossa. Só nossa!
DIZEM QUE ESTA MATÉRIA NÃO FOI PUBLICADA, POR RAZÕES ÓBVIAS."
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Ressonância Schumann
Ressonância Schumann
Por Leonardo Boff
Não apenas as pessoas mais idosas, mas também jovens fazem a experiência de que tudo está se acelerando excessivamente. Ontem foi carnaval, dentro de pouco será Páscoa, mais um pouco, Natal. Esse sentimento é ilusório ou possui base real? Pela “ressonância Schumann” se procura dar uma explicação.
O físico alemão W.O. Schumann constatou em 1952 que a Terra é cercada por uma campo eletromagnético poderoso que se forma entre o solo e a parte inferior da ionosfera que fica cerca de 100 km acima de nós, criando o que se chamou de “cavidade Schumann”.
Nessa cavidade produz-se uma ressonância (dai chamar-se ressonância Schumann) mais ou menos constante da ordem de 7,83 pulsações por segundo(hertz). Funciona como uma espécie de marca-passo, responsável pelo equilíbrio da biosfera, condição comum de todas as formas de vida. Essa ressonância está ligada ao sol e às condições ecológicas gerais da biosfera e da atividade poluidora humana. Sabe-se que o aumento crescente do uso de celulares favorece a poluição magnética a nivel de todo o sistema-Terra, além de interferir no equilíbrio magnético dos neurônios.
Verificou-se também que todos os vertebrados e o nosso cérebro são dotados da mesma frequência de 7,83 hertz. Empiricamente fêz-se a constatação que não podemos ser saudáveis fora desta frequência biológica natural. Antes, ela é extremamente propícia para o estudo e para o equilíbrio emocional humano. Quando nosso sistema biológico funciona nos parâmetros desta frequência, ele está em sintonia com a frequência magnética da Terra.
Experimentos que Schumann fez com estudantes, encerrando-os em “bunkers” isolados magneticamente, mostrou que ficavam perturbados. Introduzindo as ondas Schumann, voltavam, pouco tempo depois, ao estado normal. Detectou-se também que toda vez que os astronautas, em razão das viagens espaciais, ficavam fora da ressonância Schumann, adoeciam. Mas submetidos à ação de um “simulador Schumann” recuperavam o equilíbrio e a saúde.
Por milhares de anos as batidas do coração da Terra tinham essa frequência de pulsações e a vida se desenrolava em relativo equilíbrio ecológico. Ocorre que a partir dos anos 80 e de forma mais acentuada a partir dos anos 90 a frequência passou de 7,83 para 11 e para 13 hertz por segundo. O coração da Terra disparou. Coincidentemente desequilíbrios ecológicos se fizeram sentir: perturbações climáticas, maior atividade dos vulcões, recrudescimento do “el Niño”, maior degêlo nas calotas polares, aumento de tensões e conflitos no mundo e de comportamentos desviantes nas pessoas, entre outros. Devido à aceleração geral, a jornada de 24 horas, na verdade, é somente de 16 horas. Portanto, a percepção de que tudo está passando rápido demais não é ilusória, mas teria base real neste transtorno da ressonância Schumann.
Gaia, esse superorganismo vivo que é a Mãe Terra, deverá estar buscando formas de retornar a seu equilíbrio natural. E vai consegui-lo, mas não sabemos a que preço, a ser pago pela biosfera e pelos seres humanos. Apenas enfatizo a tese recorrente entre grandes cosmólogos e biólogos de que a Terra é, efetivamente, um superorganismo vivo, de que Terra e humanidade formamos uma única entidade, como os astronautas testemunham continuamente lá de suas naves espaciais. Nós, seres humanos, somos Terra que num momento de sua evolução começou a sentir, a pensar, a amar e a venerar, e hoje, a se alarmar. Porque somos isso, possuimos idêntica natureza bioelétrica e estamos envoltos pelas mesmas ondas ressonantes Schumann.
Se quisermos que a Terra reencontre seu equilíbrio devemos começar por nós mesmos: fazer tudo com menos stress, com mais serenidade, com mais amor que é uma energia essencialmente harmonizadora. Para isso importa sermos um pouco anti-cultura dominante que nos obriga a ser cada vez mais competitivos e efetivos, gerando desequilíbrio generalizado nas relações humanas.
Precisamos respirar juntos com a Terra para conspirar com ela em benefício de mais entendimento entre os seres humanos, de maior cuidado para com a Casa Comum e de uma paz mais duradoura para toda a humanidade.
(Leonardo Boff, teólogo e escritor)
(Leonardo Boff, teólogo e escritor)
Dicas simples para problemas de saúde.
Dicas simples para:
1 Evitar problemas cardíacos:
Antes do banho, exercitar a panturrilha (levantar o corpo na ponta dos pés) , primeiro rápido até esquentar as panturilhas e depois uma sequência de 10 movimentos lentos. Pronto. Esse exercício bombeia o sangue para o coração, melhora os batimentos cardíacos e evita obstrução das veias. Nos primeiros 6 meses, se a pessoa estiver com excesso de peso, ela emagrece da cintura para baixo e, nos 6 meses seguintes, da cintura para cima; depois de 2 anos, não engorda mais e, alem de tudo, diminui o risco de uma cirurgia cardíaca que custa em média, hoje em dia, R$ 38.000,00 e, de um modo geral, os planos de saúde nem sempre pagam.
2. Melhorar o problema de micro varizes
Ao chegar em casa, coloque os seus pés em uma bacia com água bem quente (o famoso escalda pés - alem de relaxar, esse processo desencadeia a dilatação dos vasos sanguíneos dos pés, melhora o cabelo e melhora, inclusive, a visão. Esse processo foi pesquisado com pessoas diabéticas e o resultado evidenciou a melhora na circulação sanguínea, diminuindo os casos de gangrena, o quadro geral de saúde dos pesquisados melhorou, e como um fato relevante, a melhora da visão.
1 Evitar problemas cardíacos:
Antes do banho, exercitar a panturrilha (levantar o corpo na ponta dos pés) , primeiro rápido até esquentar as panturilhas e depois uma sequência de 10 movimentos lentos. Pronto. Esse exercício bombeia o sangue para o coração, melhora os batimentos cardíacos e evita obstrução das veias. Nos primeiros 6 meses, se a pessoa estiver com excesso de peso, ela emagrece da cintura para baixo e, nos 6 meses seguintes, da cintura para cima; depois de 2 anos, não engorda mais e, alem de tudo, diminui o risco de uma cirurgia cardíaca que custa em média, hoje em dia, R$ 38.000,00 e, de um modo geral, os planos de saúde nem sempre pagam.
2. Melhorar o problema de micro varizes
Ao chegar em casa, coloque os seus pés em uma bacia com água bem quente (o famoso escalda pés - alem de relaxar, esse processo desencadeia a dilatação dos vasos sanguíneos dos pés, melhora o cabelo e melhora, inclusive, a visão. Esse processo foi pesquisado com pessoas diabéticas e o resultado evidenciou a melhora na circulação sanguínea, diminuindo os casos de gangrena, o quadro geral de saúde dos pesquisados melhorou, e como um fato relevante, a melhora da visão.
3. Evitar o encurvamento da coluna
Ao acordar, deitado de barriga para cima pedalar 120 vezes no ar. Esse exercício melhora o posicionamento da coluna e da postura, diminuindo ou retardando o encurvamento das costa e aliviando as dores nas costas.
Ao acordar, deitado de barriga para cima pedalar 120 vezes no ar. Esse exercício melhora o posicionamento da coluna e da postura, diminuindo ou retardando o encurvamento das costa e aliviando as dores nas costas.
4. Baixar a pressão
Ao perceber que a pressão subiu, coloque as pernas dentro de um balde com água muito gelada até os joelhos. Permaneça nesta imersão por 20min. Este processo fará com que o organismo, na busca de aquecer os membros inferiores, faça com que o acúmulo de sangue na cabeça desça, baixando a pressão.
Ao perceber que a pressão subiu, coloque as pernas dentro de um balde com água muito gelada até os joelhos. Permaneça nesta imersão por 20min. Este processo fará com que o organismo, na busca de aquecer os membros inferiores, faça com que o acúmulo de sangue na cabeça desça, baixando a pressão.
quinta-feira, 7 de abril de 2011
KOKORO: CORAÇÃO-MENTE-ESSÊNCIA DO JAPÃO PRA VOCÊ
KOKORO: CORAÇÃO-MENTE-ESSÊNCIA
DO JAPÃO PRA VOCÊ
Monja Coen Sensei
Quando voltei ao Brasil, depois de residir doze anos no Japão, me incumbi da difícil missão de transmitir o que mais me impressionou do povo Japonês: kokoro.
Kokoro ou Shin significa coração-mente-essência.
Como educar pessoas a ter sensibilidade suficiente para sair de si mesmas, de suas necessidades pessoais e se colocar à serviço e disposição do grupo, das outras pessoas, da natureza ilimitada?
Outra palavra é gaman: agüentar, suportar. Educação para ser capaz de suportar dificuldades e superá-las.
Assim, os eventos de 11 de março, no Nordeste japonês, surpreenderam o mundo de duas maneiras.
A primeira pela violência do tsunami e dos vários terremotos, bem como dos perigos de radiação das usinas nucleares de Fukushima.
A segunda pela disciplina, ordem, dignidade, paciência, honra e respeito de todas as vítimas.
Filas de pessoas passando baldes, cheios e vazios, de uma piscina para os banheiros.
Nos abrigos, a surpresa das repórteres norte americanas: ninguém queria tirar vantagem sobre ninguém. Compartilhavam cobertas, alimentos, dores, saudades, preocupações, massagens. Cada qual se mantinha em sua área. As crianças não faziam algazarra, não corriam e gritavam, mas se mantinham no espaço que a família havia reservado.
Não furaram as filas para assistência médica – quantas pessoas necessitando de remédios perdidos- mas esperaram sua vez também para receber água, usar o telefone, receber atenção médica, alimentos, roupas e escalda pés singelos, com pouquíssima água.
Compartilharam também do resfriado, da falta de água para higiene pessoal e coletiva, da fome, da tristeza, da dor, das perdas de verduras, leite, da morte.
Nos supermercados lotados e esvaziados de alimentos, não houve saques. Houve a resignação da tragédia e o agradecimento pelo pouco que recebiam. Ensinamento de Buda, hoje enraizado na cultura e chamado de kansha no kokoro: coração de gratidão.
Sumimasen é outra palavra chave. Desculpe, sinto muito, com licença. Por vezes me parecia que as pessoas pediam desculpas por viver. Desculpe causar preocupação, desculpe incomodar, desculpe precisar falar com você, ou tocar à sua porta. Desculpe pela minha dor, pelas minhas lágrimas, pela minha passagem, pela preocupação que estamos causando ao mundo. Sumimasem.
Quando temos humildade e respeito. pensamos nos outros, nos seus sentimentos, necessidades. Quando cuidamos da vida como um todo, somos cuidadas e respeitadas.
O inverso não é verdadeiro: se pensar primeiro em mim e só cuidar de mim, perderei. Cada um de nós, cada uma de nós é o todo manifesto.
Acompanhando as transmissões na TV e na Internet pude pressentir a atenção e cuidado com quem estaria assistindo: mostrar a realidade, sem ofender, sem estarrecer, sem causar pânico. As vítimas encontradas, vivas ou mortas eram gentilmente cobertas pelos grupos de resgate e delicadamente transportadas – quer para as tendas do exército, que serviam de hospital, quer para as ambulâncias, helicópteros, barcos, que os levariam a hospitais.
Análise da situação por especialistas, informações incessantes a toda população pelos oficiais do governo e a noção bem estabelecida de que “somos um só povo e um só país”.
Telefonei várias vezes aos templos por onde passei e recebi telefonemas. Diziam-me do exagero das notícias internacionais, da confiança nas soluções que seriam encontradas e todos me pediram que não cancelasse nossa viagem em Julho próximo.
Aprendemos com essa tragédia o que Buda ensinou há dois mil e quinhentos anos: a vida é transitória, nada é seguro neste mundo, tudo pode ser destruído em um instante e reconstruído novamente.
Reafirmando a Lei da Causalidade podemos perceber como tudo está interligado e que nós humanos não somos e jamais seremos capazes de salvar a Terra. O planeta tem seu próprio movimento e vida. Estamos na superfície, na casquinha mais fina. Os movimentos das placas tectônicas não tem a ver com sentimentos humanos, com divindades, vinganças ou castigos. O que podemos fazer é cuidar da pequena camada produtiva, da água, do solo e do ar que respiramos. E isso já é uma tarefa e tanto.
Aprendemos com o povo japonês que a solidariedade leva à ordem, que a paciência leva à tranquilidade e que o sofrimento compartilhado leva à reconstrução.
Esse exemplo de solidariedade, de bravura, dignidade, de humildade, de respeito aos vivos e aos mortos ficará impresso em todos que acompanharam os eventos que se seguiram a 11 de março.
Minhas preces, meus respeitos, minha ternura e minha imensa tristeza em testemunhar tanto sofrimento e tanta dor de um povo que aprendi a amar e respeitar.
Havia pessoas suas conhecidas na tragédia?, me perguntaram. E só posso dizer : todas. Todas eram e são pessoas de meu conhecimento. Com elas aprendi a orar, a ter fé, paciência, persistência. Aprendi a respeitar meus ancestrais e a linhagem de Budas.
Mãos em prece (gassho)
Monja Coen Sensei
DO JAPÃO PRA VOCÊ
Monja Coen Sensei
Quando voltei ao Brasil, depois de residir doze anos no Japão, me incumbi da difícil missão de transmitir o que mais me impressionou do povo Japonês: kokoro.
Kokoro ou Shin significa coração-mente-essência.
Como educar pessoas a ter sensibilidade suficiente para sair de si mesmas, de suas necessidades pessoais e se colocar à serviço e disposição do grupo, das outras pessoas, da natureza ilimitada?
Outra palavra é gaman: agüentar, suportar. Educação para ser capaz de suportar dificuldades e superá-las.
Assim, os eventos de 11 de março, no Nordeste japonês, surpreenderam o mundo de duas maneiras.
A primeira pela violência do tsunami e dos vários terremotos, bem como dos perigos de radiação das usinas nucleares de Fukushima.
A segunda pela disciplina, ordem, dignidade, paciência, honra e respeito de todas as vítimas.
Filas de pessoas passando baldes, cheios e vazios, de uma piscina para os banheiros.
Nos abrigos, a surpresa das repórteres norte americanas: ninguém queria tirar vantagem sobre ninguém. Compartilhavam cobertas, alimentos, dores, saudades, preocupações, massagens. Cada qual se mantinha em sua área. As crianças não faziam algazarra, não corriam e gritavam, mas se mantinham no espaço que a família havia reservado.
Não furaram as filas para assistência médica – quantas pessoas necessitando de remédios perdidos- mas esperaram sua vez também para receber água, usar o telefone, receber atenção médica, alimentos, roupas e escalda pés singelos, com pouquíssima água.
Compartilharam também do resfriado, da falta de água para higiene pessoal e coletiva, da fome, da tristeza, da dor, das perdas de verduras, leite, da morte.
Nos supermercados lotados e esvaziados de alimentos, não houve saques. Houve a resignação da tragédia e o agradecimento pelo pouco que recebiam. Ensinamento de Buda, hoje enraizado na cultura e chamado de kansha no kokoro: coração de gratidão.
Sumimasen é outra palavra chave. Desculpe, sinto muito, com licença. Por vezes me parecia que as pessoas pediam desculpas por viver. Desculpe causar preocupação, desculpe incomodar, desculpe precisar falar com você, ou tocar à sua porta. Desculpe pela minha dor, pelas minhas lágrimas, pela minha passagem, pela preocupação que estamos causando ao mundo. Sumimasem.
Quando temos humildade e respeito. pensamos nos outros, nos seus sentimentos, necessidades. Quando cuidamos da vida como um todo, somos cuidadas e respeitadas.
O inverso não é verdadeiro: se pensar primeiro em mim e só cuidar de mim, perderei. Cada um de nós, cada uma de nós é o todo manifesto.
Acompanhando as transmissões na TV e na Internet pude pressentir a atenção e cuidado com quem estaria assistindo: mostrar a realidade, sem ofender, sem estarrecer, sem causar pânico. As vítimas encontradas, vivas ou mortas eram gentilmente cobertas pelos grupos de resgate e delicadamente transportadas – quer para as tendas do exército, que serviam de hospital, quer para as ambulâncias, helicópteros, barcos, que os levariam a hospitais.
Análise da situação por especialistas, informações incessantes a toda população pelos oficiais do governo e a noção bem estabelecida de que “somos um só povo e um só país”.
Telefonei várias vezes aos templos por onde passei e recebi telefonemas. Diziam-me do exagero das notícias internacionais, da confiança nas soluções que seriam encontradas e todos me pediram que não cancelasse nossa viagem em Julho próximo.
Aprendemos com essa tragédia o que Buda ensinou há dois mil e quinhentos anos: a vida é transitória, nada é seguro neste mundo, tudo pode ser destruído em um instante e reconstruído novamente.
Reafirmando a Lei da Causalidade podemos perceber como tudo está interligado e que nós humanos não somos e jamais seremos capazes de salvar a Terra. O planeta tem seu próprio movimento e vida. Estamos na superfície, na casquinha mais fina. Os movimentos das placas tectônicas não tem a ver com sentimentos humanos, com divindades, vinganças ou castigos. O que podemos fazer é cuidar da pequena camada produtiva, da água, do solo e do ar que respiramos. E isso já é uma tarefa e tanto.
Aprendemos com o povo japonês que a solidariedade leva à ordem, que a paciência leva à tranquilidade e que o sofrimento compartilhado leva à reconstrução.
Esse exemplo de solidariedade, de bravura, dignidade, de humildade, de respeito aos vivos e aos mortos ficará impresso em todos que acompanharam os eventos que se seguiram a 11 de março.
Minhas preces, meus respeitos, minha ternura e minha imensa tristeza em testemunhar tanto sofrimento e tanta dor de um povo que aprendi a amar e respeitar.
Havia pessoas suas conhecidas na tragédia?, me perguntaram. E só posso dizer : todas. Todas eram e são pessoas de meu conhecimento. Com elas aprendi a orar, a ter fé, paciência, persistência. Aprendi a respeitar meus ancestrais e a linhagem de Budas.
Mãos em prece (gassho)
Monja Coen Sensei
"DESTRALHE-SE"
"DESTRALHE-SE"
(Carlos Solano)
"-Bom dia, como tá a alegria"? Diz dona Francisca, minha faxineira rezadeira, que acaba de chegar.
"-Antes de dar uma benzida na casa, deixa eu te dar um abraço que preste!" e ela me apertou.
Na matemática de dona Francisca, "quatro abraços por dia dão para sobreviver; oito ajudam a nos manter vivos; 12 fazem a vida prosperar".
Falando nisso, "vida nenhuma prospera se estiver pesada e intoxicada". Já ouviu falar em toxinas da casa?
Pois são:
- objetos que você não usa,
- roupas que você não gosta ou não usa há um ano,
- coisas feias,
- coisas quebradas, lascadas ou rachadas,
- velhas cartas, bilhetes,
- plantas mortas ou doentes,
- recibos, jornais, revistas, antigos,
- remédios vencidos,
- meias velhas, furadas,
- sapatos estragados...
Ufa, que peso! "O que está fora, também está dentro e afeta a saúde", aprendi isso com dona Francisca. "Saúde é o que interessa. O resto não tem pressa!", ela diz, enquanto me ajuda a 'destralhar', ou liberar as tralhas da casa...
O 'destralhamento' é a forma mais rápida de transformar a vida e ajudar as outras eventuais terapias. Com o destralhamento:
- A saúde melhora;
- A criatividade cresce;
- Os relacionamentos se aprimoram...
É comum se sentir cansado, deprimido e desanimado em um ambiente cheio de entulho, pois "existem fios invisíveis que nos ligam à tudo aquilo que possuímos".
Outros possíveis efeitos do "acúmulo e da bagunça":
- sentir-se desorganizado;
- fracassado;
- limitado;
- aumento de peso;
- apegado ao passado...
No porão e no sótão, as tralhas viram sobrecarga; na entrada, restringem o fluxo da vida; empilhadas no chão, nos puxam para baixo; acima de nós, são dores de cabeça;
"Sob a cama, poluem o sono".
"Oito horas para trabalhar; oito horas para descansar; oito horas para se cuidar."
Perguntinhas úteis na hora de destralhar-se:
- Por que estou guardando isso?
- Será que tem a ver comigo hoje?
- O que vou sentir ao liberar isto?
...e vá fazendo pilhas separadas...
- Para doar!
- Para jogar fora!
Para destralhar mais:
- livre-se de barulhos,
- das luzes fortes,
- das cores berrantes,
- dos odores químicos,
- dos revestimentos sintéticos...
e também...
- libere mágoas,
- pare de fumar,
- diminua o uso da carne,
- termine projetos inacabados.
"Se deixas sair o que está em ti, o que deixas sair te salvará... Se não deixas sair o que está em ti, o que não deixas sair te destruirá", arremata o mestre Jesus, no evangelho de Tomé.
"Acumular nos dá a sensação de permanência, apesar de a vida ser impermanente", diz a sabedoria oriental. O Ocidente resiste a essa idéia e, assim, perde contato com o sagrado instante presente.
Dona Francisca me conta que "as frutas nascem azedas e no pé, vão ficando docinhas com o tempo". A gente deveria de ser assim, ela diz: "Destralhar ajuda a adocicar."
Se os sábios concordam, quem sou eu para discordar...
“Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar ”
Dalai Lama
(Carlos Solano)
"-Bom dia, como tá a alegria"? Diz dona Francisca, minha faxineira rezadeira, que acaba de chegar.
"-Antes de dar uma benzida na casa, deixa eu te dar um abraço que preste!" e ela me apertou.
Na matemática de dona Francisca, "quatro abraços por dia dão para sobreviver; oito ajudam a nos manter vivos; 12 fazem a vida prosperar".
Falando nisso, "vida nenhuma prospera se estiver pesada e intoxicada". Já ouviu falar em toxinas da casa?
Pois são:
- objetos que você não usa,
- roupas que você não gosta ou não usa há um ano,
- coisas feias,
- coisas quebradas, lascadas ou rachadas,
- velhas cartas, bilhetes,
- plantas mortas ou doentes,
- recibos, jornais, revistas, antigos,
- remédios vencidos,
- meias velhas, furadas,
- sapatos estragados...
Ufa, que peso! "O que está fora, também está dentro e afeta a saúde", aprendi isso com dona Francisca. "Saúde é o que interessa. O resto não tem pressa!", ela diz, enquanto me ajuda a 'destralhar', ou liberar as tralhas da casa...
O 'destralhamento' é a forma mais rápida de transformar a vida e ajudar as outras eventuais terapias. Com o destralhamento:
- A saúde melhora;
- A criatividade cresce;
- Os relacionamentos se aprimoram...
É comum se sentir cansado, deprimido e desanimado em um ambiente cheio de entulho, pois "existem fios invisíveis que nos ligam à tudo aquilo que possuímos".
Outros possíveis efeitos do "acúmulo e da bagunça":
- sentir-se desorganizado;
- fracassado;
- limitado;
- aumento de peso;
- apegado ao passado...
No porão e no sótão, as tralhas viram sobrecarga; na entrada, restringem o fluxo da vida; empilhadas no chão, nos puxam para baixo; acima de nós, são dores de cabeça;
"Sob a cama, poluem o sono".
"Oito horas para trabalhar; oito horas para descansar; oito horas para se cuidar."
Perguntinhas úteis na hora de destralhar-se:
- Por que estou guardando isso?
- Será que tem a ver comigo hoje?
- O que vou sentir ao liberar isto?
...e vá fazendo pilhas separadas...
- Para doar!
- Para jogar fora!
Para destralhar mais:
- livre-se de barulhos,
- das luzes fortes,
- das cores berrantes,
- dos odores químicos,
- dos revestimentos sintéticos...
e também...
- libere mágoas,
- pare de fumar,
- diminua o uso da carne,
- termine projetos inacabados.
"Se deixas sair o que está em ti, o que deixas sair te salvará... Se não deixas sair o que está em ti, o que não deixas sair te destruirá", arremata o mestre Jesus, no evangelho de Tomé.
"Acumular nos dá a sensação de permanência, apesar de a vida ser impermanente", diz a sabedoria oriental. O Ocidente resiste a essa idéia e, assim, perde contato com o sagrado instante presente.
Dona Francisca me conta que "as frutas nascem azedas e no pé, vão ficando docinhas com o tempo". A gente deveria de ser assim, ela diz: "Destralhar ajuda a adocicar."
Se os sábios concordam, quem sou eu para discordar...
“Dê a quem você ama: asas para voar, raízes para voltar e motivos para ficar ”
Dalai Lama
terça-feira, 22 de março de 2011
O HOMEM MAIS FELIZ DO MUNDO
Trabalhe como se o mundo dependesse de você, e viva internamente com a consciência tranquila, afastada dos ruídos do mundo, como se você fosse perder seu corpo em breve. (Anônimo)
O HOMEM MAIS FELIZ DO MUNDO
Seu nome é Matthieu Ricard, com 62 anos de idade, nascido em França, budista por convicção e o único entre centenas de voluntários num estudo científico ao cérebro que não só alcançou a máxima qualificação de felicidade previstas pelos métodos científicos, como superou por completo o "felizômetro", um aparelho ao qual aceitou ligar-se com 256 sensores no crânio, criadores de imagens por Ressonância Magnética Funcional, que permitiram verificar uma actividade supra normal de grande equilibrio mental e emocional. Numa escala que variava entre +0.3 a -0.3 (beatífico) os resultados de M.Ricard situaram-se fora da mesma por mais de -0.45. Foi a primeira vez no mundo que isto aconteceu!!!
Ele é, no entanto, um indivíduo que vive numa cela de dois por dois num Mosteiro, não é dono de nenhuma empresa petrolífera de sucesso nem executivo de nenhuma das companhias da Fortune 500, não vive dependente do telefone ou telemóvel, não tem nenhum iate nem conduz um BMW ou Rolls Royce, não veste roupas de Armani nem Hugo Boss, desconhece o efeito do Prozac e do Viagra, não toma drogas como o “êxtasi” ou outras para ter extases, nem sequer toma uma Coca-Cola.
Em suma: O homem mais feliz do planeta é um homem que prescinde de dinheiro, competição profissional, vida sexual, e popularidade.
O paradoxo do caso não é o facto de ser um homem tão feliz e sim como chegou a sê-lo desprendendo-se de tudo aquilo que a maioria das pessoas faz para alcançar um pouco de ‘felicidade’, ou seja: posses, bens materiais, dinheiro, poder, etc... Não, não é isso que Matthieu Ricard procurou e sim até desprezou. No entanto, ele ainda fez doutoramento em genética molecular e trabalhou ao lado do prêmio Nobel da Medicina, Francois Jacob, além de ser filho de Jean François Revel, um famoso filósofo e membro emérito da Academia Francesa, recentemente falecido.
O paradoxo do caso não é o facto de ser um homem tão feliz e sim como chegou a sê-lo desprendendo-se de tudo aquilo que a maioria das pessoas faz para alcançar um pouco de ‘felicidade’, ou seja: posses, bens materiais, dinheiro, poder, etc... Não, não é isso que Matthieu Ricard procurou e sim até desprezou. No entanto, ele ainda fez doutoramento em genética molecular e trabalhou ao lado do prêmio Nobel da Medicina, Francois Jacob, além de ser filho de Jean François Revel, um famoso filósofo e membro emérito da Academia Francesa, recentemente falecido.
Com o mundo do sucesso à sua frente, e a ponto de converter-se num eminente cientista, Ricard escolheu outro caminho fortemente impressionado pela riqueza da filosofia oriental. Dedicou-se então à meditação, tornou-se discípulo do mestre tibetano Dilgo Rinpoche, foi para o Himalaia, adoptou o caminho dos monges, e iniciou uma nova vida partindo do zero.
Hoje é um dos maiores estudiosos dos clássicos tibetanos, é assessor e braço direito do DALAI LAMA e tem doado milhões de euros - produto da venda da publicação de seus livros - a mosteiros e obras de caridade, como por exemplo a construção de dezasseis clínicas e sete escolas, incluindo uma para oitocentas crianças. Todo este trabalho foi realizado nos distritos desesperadamente pobres situados a grande altitude nos Himalaias. Para além disto, Matthieu Ricard foi responsável pela construção de orfanatos, programas para várias centenas de idosos e sete pontes.
É isto que faz verdadeiramente Matthieu Ricard ser um homem feliz e realizado, tal como outras grandes figuras do nosso tempo, cada uma sendo feliz do seu modo a praticar o bem neste Mundo onde o egoismo, o materialismo e o consumismo toma conta da alma humana prendendo-a cada vez mais ao grande Mundo de Ilusão (Maya).
Claro que ele, o mundo material existe, é real para todos nós que precisamos de labutar para sobreviver e desfrutar do melhor modo possivel as delícias desta vida que Deus nos deu para Viver, mas o problema é não o sabermos fazer como deviamos e andamos sim mais preocupados para ter e não para Ser.
Tudo isso origina grandes ansiedades e lutas durante a vida que levam a uma enorme competição para conseguir coisas que nem sempre são as melhores, originando grandes desgastes ou dispêndios de energia (física mental e espiritual), levando a erros e desregramentos causadores de inúmeros sofrimentos. O resultado final nem sempre é o melhor e acaba quase sempre dum modo muito triste para a pessoa que parte cansada desta vida atribulada.
Por isso, todos beneficiariam dum modo de vida mais são e verdadeiro se não se apegassem tanto às coisas efêmeras duma vida sem sentido ou com muito dinheiro. Matthieu Ricard entendeu isso perfeitamente e seguiu noutra direcção, sentindo-se hoje o homem mais feliz do Mundo, nada tendo e tudo possuindo...
Fica aqui mais esta dissertação, com a habitual
“Pausa para reflexão”!
Rui Palmela
Claro que ele, o mundo material existe, é real para todos nós que precisamos de labutar para sobreviver e desfrutar do melhor modo possivel as delícias desta vida que Deus nos deu para Viver, mas o problema é não o sabermos fazer como deviamos e andamos sim mais preocupados para ter e não para Ser.
Tudo isso origina grandes ansiedades e lutas durante a vida que levam a uma enorme competição para conseguir coisas que nem sempre são as melhores, originando grandes desgastes ou dispêndios de energia (física mental e espiritual), levando a erros e desregramentos causadores de inúmeros sofrimentos. O resultado final nem sempre é o melhor e acaba quase sempre dum modo muito triste para a pessoa que parte cansada desta vida atribulada.
Por isso, todos beneficiariam dum modo de vida mais são e verdadeiro se não se apegassem tanto às coisas efêmeras duma vida sem sentido ou com muito dinheiro. Matthieu Ricard entendeu isso perfeitamente e seguiu noutra direcção, sentindo-se hoje o homem mais feliz do Mundo, nada tendo e tudo possuindo...
Fica aqui mais esta dissertação, com a habitual
“Pausa para reflexão”!
Rui Palmela
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quinta-feira, 17 de março de 2011
Especialistas temem grande terremoto nos EUA
Pode ter chegado a hora de um grande terremoto, seguido de maremoto, para o oeste dos Estados Unidos, como o que atingiu o Japão na semana passada, e o país não está preparado, consideraram especialistas.
Os recentes acontecimentos no "Cinturão de fogo" do Pacífico levam alguns sismólogos a acreditar na iminência de um violento terremoto depois do que atingiu o Chile há um ano.
O oeste dos Estados Unidos, localizado entre duas zonas de forte atividade geológica, está particularmente exposto: a falha de San Andrés, que passa próximo de San Francisco e de Los Angeles, mas também a de Cascádia, localizada frente à costa oeste do Canadá e dos Estados Unidos.
Se um terremoto de magnitude 9 atingir essa zona da mesma forma que atingiu o Japão na sexta-feira poderá devastar as cidades de Vancouver, Portland e Seattle e desencadear um terrível maremoto.
"Nos últimos 10.000 anos, contamos 41 terremotos em Cascádia, a cada 240 anos em média. O último ocorreu há 311 anos. Um novo terremoto já deveria ter acontecido", explica Wang Yumei, geóloga do departamento de Geologia do Estado do Oregon.
"Os cientistas não podem prever exatamente a data de um terremoto, mas podem avaliar os danos que causaria", acrescentou.
Foram feitos grandes esforços para melhorar as infraestruturas nas últimas décadas nos estados do oeste do país, mas em várias regiões litorâneas muitas estruturas vitais públicas ainda estão em edifícios antigos.
Os especialistas também estão preocupados com os idosos e com as pessoas hospitalizadas próximo ao litoral, que não podem se deslocar com rapidez em caso de uma onda gigante.
Engenheiros já apresentaram projetos de construção de refúgios em locais altos, mas nunca concluíram.
"Todos os preparativos são feitos por iniciativa local e são extremamente variáveis ao longo da costa", observa Tom Tobin, presidente do Instituto Americano de Pesquisa da Construção em Zonas Sísmicas.
O especialista afirma que na Califórnia uma lei federal defende que os hospitais sigam as normas para enfrentar os riscos sísmicos. Mas "desde 1971, apenas um hospital foi construído em San Francisco conforme essas normas. Outros edifícios são ultrapassados, alguns datam inclusive do início do século XX".
"Não estamos preparados", considera o sismólogo Ivan Wong, vice-presidente da URS, uma empresa que presta assessoria em meio ambiente e engenharia. "Não estamos nem no nível da preparação do Japão que, como vimos, ficou devastado", acrescentou.
"Temos muitas dificuldades para convencer os americanos de que na costa noroeste correm um risco real", explicou.
No entanto, embora os tremores se intensifiquem ao longo do "Cinturão de fogo", outros cientistas consideram que não estão em condições de estabelecer uma regra que provaria que um terremoto no Japão deixa os Estados Unidos mais expostos.
"Até onde sabemos, um terremoto no Japão não gera forçosamente um terremoto em outro lugar do mundo, como a Califórnia", considera Jim Whitcomb, geofísico da Fundação Nacional de Ciências.
Segundo ele, o próximo sismo nos Estados Unidos poderá ser antecedido, como no Japão na semana passada, de uma primeira onda de magnitude 7,2.
Ou talvez não. "Cada terremoto é único e segue seu próprio caminho", ressalta.
Os recentes acontecimentos no "Cinturão de fogo" do Pacífico levam alguns sismólogos a acreditar na iminência de um violento terremoto depois do que atingiu o Chile há um ano.
O oeste dos Estados Unidos, localizado entre duas zonas de forte atividade geológica, está particularmente exposto: a falha de San Andrés, que passa próximo de San Francisco e de Los Angeles, mas também a de Cascádia, localizada frente à costa oeste do Canadá e dos Estados Unidos.
Se um terremoto de magnitude 9 atingir essa zona da mesma forma que atingiu o Japão na sexta-feira poderá devastar as cidades de Vancouver, Portland e Seattle e desencadear um terrível maremoto.
"Nos últimos 10.000 anos, contamos 41 terremotos em Cascádia, a cada 240 anos em média. O último ocorreu há 311 anos. Um novo terremoto já deveria ter acontecido", explica Wang Yumei, geóloga do departamento de Geologia do Estado do Oregon.
"Os cientistas não podem prever exatamente a data de um terremoto, mas podem avaliar os danos que causaria", acrescentou.
Foram feitos grandes esforços para melhorar as infraestruturas nas últimas décadas nos estados do oeste do país, mas em várias regiões litorâneas muitas estruturas vitais públicas ainda estão em edifícios antigos.
Os especialistas também estão preocupados com os idosos e com as pessoas hospitalizadas próximo ao litoral, que não podem se deslocar com rapidez em caso de uma onda gigante.
Engenheiros já apresentaram projetos de construção de refúgios em locais altos, mas nunca concluíram.
"Todos os preparativos são feitos por iniciativa local e são extremamente variáveis ao longo da costa", observa Tom Tobin, presidente do Instituto Americano de Pesquisa da Construção em Zonas Sísmicas.
O especialista afirma que na Califórnia uma lei federal defende que os hospitais sigam as normas para enfrentar os riscos sísmicos. Mas "desde 1971, apenas um hospital foi construído em San Francisco conforme essas normas. Outros edifícios são ultrapassados, alguns datam inclusive do início do século XX".
"Não estamos preparados", considera o sismólogo Ivan Wong, vice-presidente da URS, uma empresa que presta assessoria em meio ambiente e engenharia. "Não estamos nem no nível da preparação do Japão que, como vimos, ficou devastado", acrescentou.
"Temos muitas dificuldades para convencer os americanos de que na costa noroeste correm um risco real", explicou.
No entanto, embora os tremores se intensifiquem ao longo do "Cinturão de fogo", outros cientistas consideram que não estão em condições de estabelecer uma regra que provaria que um terremoto no Japão deixa os Estados Unidos mais expostos.
"Até onde sabemos, um terremoto no Japão não gera forçosamente um terremoto em outro lugar do mundo, como a Califórnia", considera Jim Whitcomb, geofísico da Fundação Nacional de Ciências.
Segundo ele, o próximo sismo nos Estados Unidos poderá ser antecedido, como no Japão na semana passada, de uma primeira onda de magnitude 7,2.
Ou talvez não. "Cada terremoto é único e segue seu próprio caminho", ressalta.
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