O GLÓBULO DE VITALIDADE
Embora inconcebivelmente diminuto, é tão brilhante o glóbulo de vitalidade, que até os não clarividentes costumam vê-lo. Olhando para o horizonte longínquo, especialmente no mar, notarão alguns que roça com o firmamento certo número de pontinhos de luz, que se mexem por todos os lados com pasmosa rapidez. São os glóbulos de vitalidade, constituídos, cada um deles, por sete átomos físicos ultérrimos segundo o mostra a figura 5c.
São as vidas ígneas ou grânulos carregados com a energia a que os hindus chamam prana.
É muito difícil compreender o exato significado desta palavra sânscrita, porque os métodos didáticos dos, hindus diferem muitíssimo dos nossos, mas parece-me que, sem risco de erro, podemos tomar a palavra prana por equivalente de vitalidade.
Quando o glóbulo de vitalidade cintila na atmosfera, é de brilho quase incolor, e refulge com luz branca ou ligeiramente dourada. Mas quando entra no vórtice do chakra esplênico, se decompõe e quebra em raios de diversas cores, conquanto não com a mesma gradação ou gama dos raios do espectro solar. Os átomos componentes do glóbulo de vitalidade voltejam impelidos pelo vórtice do chakra e cada raio deste prende um daquele, de modo que o átomo amarelo fica preso num raio do chakra, o verde em outro e assim sucessivamente, enquanto que o sétimo átomo desaparece absorvido pelo centro do vórtice, semelhante ao cubo de uma roda. Os raios se prolongam então em diferentes direções e cada qual efetua seu trabalho especial, na vitalização do corpo. A prancha VII representa diagramaticamente as direções do prana difundido.
Como disse, as cores da vitalidade ou prana não são exatamente as mesmas das do espectro solar, mas se parecem antes com as combinações cromáticas que vemos nos corpos causai, mental e astral. A cor anil se reparte entre o violeta e o azul, de modo que em vez de três cores achamos só duas; mas, em compensação, o vermelho se diferencia em duas cores; vermelho-rosado e vermelho-escuro. Portanto, as cores dos seis raios são: violeta-azulado, verde, amarelo, alaranjado e vermelho-escuro, enquanto que o sétimo átomo, cor-de-rosa, passa adiante pelo centro do vórtice(1).
Assim vemos que a constituição da vitalidade é sétupla; mas flui pelo corpo em cinco correntes principais, segundo o expuseram alguns tratados hindus, porque o azul e o violeta se fundem num só raio, e o alaranjado e o vermelho-escuro em outro raio, quando saem do chakra esplênico.
OS RAIOS
1. Violeta-azulado. — Dirige-se para a garganta, onde parece separar-se, de modo que o azul-pálido passa pelo chakra laríngeo e o aviva, enquanto que o violeta e o azul-escuro prosseguem para o cérebro, em cujas partes inferior e central fica o azul-escuro, seguindo o violeta até a parte superior para vigorizar o chakra coronário e difundir-se pelos novecentos e sessenta raios desse chakra.
2. Raio amarelo. — Dirige-se para o coração e, depois de efetuada ali a sua obra, uma porção passa para o cérebro e o satura, difundindo-se pelos doze raios do centro do chakra coronário.
3. Raio verde. — Este raio inunda o abdômen, e conquanto se centralize principalmente no plexo solar, vivifica o fígado, os rins, os intestinos e todo o aparelho digestivo em geral.
4. Raio rosa. — Este raio circula por todo o corpo ao longo dos nervos e é evidentemente a vitalidade do sistema nervoso; um indivíduo pode infundi-la a outro que a tenha deficiente. Se os nervos não recebessem esta vitalidade rosada, seriam impressionáveis até à irritação, e assim é que quando não a recebe suficientemente, o enfermo não pode permanecer muito tempo na mesma posição e não sente alívio ainda que tome outra. O mais leve ruído o atormenta e ele se acha num contínuo sofrimento. Mas se uma pessoa sã banha-lhe os nervos com vitalidade rosada, logo se alivia e experimenta uma salutar sensação de sossego e paz.
Um indivíduo de boa saúde absorve e adapta muito mais vitalidade rosada do que a necessária ao seu corpo; por isso está continuamente irradiando uma torrente de átomos rosados, de modo que inconscientemente infunde vigor nas pessoas fracas mais próximas, sem que isso diminua sua vitalidade. E também por um esforço de sua vontade pode acumular a energia restante e infundi-la deliberadamente em quem deseje auxiliar.
O corpo possui certa consciência peculiar, instintiva e cega, a que costumamos chamar o elemental físico, correspondente no mundo físico ao elemental do desejo no mundo astral. Essa consciência instintiva ou elemental física procura sempre resguardar o corpo de todo perigo ou lhe proporcionar o de que necessita. É completamente distinta da consciência do homem e funciona igualmente quando o ego se aparta do seu corpo físico. A este elemental físico ou consciência instintiva deve-se atribuir todos os nossos movimentos e atitudes instintivos como também o incessante funcionamento do sistema simpático, sem que de tal nos apercebamos nem pensemos.
Enquanto nos acharmos no estado de vigília, o elemental físico está em constante vigilância, em atitude de defesa, e mantém em tensão músculos e nervos. Durante o sono relaxa-os e dedica-se à assimilação da vitalidade para restaurar as forças do corpo físico, e com maior eficácia cumpre esta função durante a primeira metade da noite, quando há plenitude de vitalidade, porque de madrugada já está quase toda consumida a vitalidade que o sol emitiu durante o dia. Tal é o motivo da sensação de moleza que nos acomete de madrugada, e também a acusa de muitos enfermos morrerem nessas horas. Por isso diz acertadamente a sabedoria popular que uma hora de sono antes de meia-noite equivale a duas depois dessa hora.
A ação do elemental físico explica a influência restauradora do sono, que se pode observar ainda após ligeiro cochilo.
A vitalidade é o alimento do duplo etérico, e este a necessita tão imperiosamente como o corpo denso necessita do sustento material. Disso resulta que quando, por enfermidade, fadiga ou decrepitude, o chakra esplênico é incapaz de preparar o alimento para as células do corpo, o elemental físico procura extrair para seu próprio uso a vitalidade preparada em corpos alheios. E assim ocorre quando nos sentimos débeis e como que esgotados depois de havermos estado durante certo tempo junto de uma pessoa com falta de vitalidade, porque essa pessoa nos tomou os átomos rosados antes que pudéssemos assimilar sua energia.
O reino vegetal também absorve esta vitalidade, ainda que em muitos casos parece que só utiliza uma pequena parte. Algumas árvores extraem da vitalidade quase exatamente os mesmos constituintes que extrai a parte superior do duplo etérico do homem, e uma vez absorvidos os necessários, expelem precisamente os átomos rosados de que necessitam as células do corpo físico do homem.
Isso ocorre com árvores como pinho e o eucalipto, razão pela qual sua vizinhança infunde saúde e vigor nos neuróticos necessitados de vitalidade. São neuróticos porque as células do seu corpo estão famintas e a nervosidade só pode apaziguar-se alimentando-as, o que sói conseguir-se mais facilmente proporcionando-lhes do exterior a vitalidade rosada de que necessitam para se restabelecerem.
5. Raio laranja-avermelhado. — Penetra pelo chakra fundamental, donde vai para órgãos genitais, com os quais está intimamente relacionada uma parte de seu funcionamento. Este raio não só contém as cores alaranjada e vermelha, mas também algo de purpúreo intenso, como se o espectro solar desse a volta em círculo e as cores começassem de novo em mais baixa escala.
No indivíduo normal este raio aviva os desejos carnais, e parece que também penetra no sangue e ajuda a manter o calor do corpo. Mas se o indivíduo persevera em repelir os incentivos de sua natureza inferior, este raio pode, mediante longos e deliberados esforços, desviar-se para o cérebro, onde suas três cores constituintes experimentam notável modificação, porque o alaranjado se transmuta em amarelo puro e intensifica as faculdades intelectuais; o vermelho--escuro se converte em vermelho-vivo ou carmesim, que aumenta poderosamente o amor não-egoísta, e o purpúreo intenso se transforma num belo violeta-pálido que aviva a parte espiritual da natureza humana. Quem alcança esta transmutação, já não se vê atormentado por desejos sensuais, e quando necessitar levantar as camadas superiores do fogo serpentino, se verá livre do mais grave perigo deste processo. Quando o indivíduo completou definitivamente tal transmutação, o raio laranjaavermelhado penetra diretamente pelo centro do chakra fundamental e flui pelos agulheiros das vértebras, ou conduto medular, até que sem obstáculos chega ao cérebro.
Parece que, segundo indica a Tabela 3, há certa correspondência entre as cores dos raios ou correntes de vitalidade que penetram pelos diversos chakras, e as cores atribuídas por Blavatsky aos princípios do homem na Doutrina Secreta.
OS CINCO VAYUS PRÂNICOS
Os tratados hindus mencionam freqüentemente os cinco pricipais vayus prânicos, cuja situação assinala brevemente samhita Gheranda, como segue:
O prana atua sempre no coração; o apana, na esfera do ânus; o samana, na região do umbigo; o udana, na garganta; e o viana penetra todo o corpo.
Numerosos outros livros dão a mesma descrição e nada mais dizem acerca de suas funções, ainda que alguns acrescentem mais alguns informes, como seguem:
O ar chamado viana é a parte essencial de todos os nervos. O alimento, logo após ingerido, é decomposto em dois por esse ar. Ao entrar perto do ânus, separa as porções sólidas das líquidas. Ao colocar a água sobre o fogo e o sólido sobre a água, o prana que está debaixo do fogo, inflama-o lentamente. O fogo, inflamado pelo ar, separa a substância dos resíduos. O ar viana difunde a essência por todas as partes, e os resíduos são expulsos do corpo, forçados pelos doze portais(2).
Os cinco ares assim descritos concordam adequadamente com as cinco modalidades de vitalidade que temos observado, segundo mostra a tabela seguinte:
Nos tratados hindus a palavra prana costuma
significar também alimento, talvez porque, ao respirar, absorvemos
igualmente glóbulos de vitalidade. O principal objetivo da respiração é
inalar oxigênio do ar, que passa aos pulmões, e expelir o nitrogênio com
o qual está misturado na atmosfera. O glóbulo de vitalidade é o
principal constituinte do átomo de oxigênio (figura 8).
Na Química Oculta ficou exposto que as
dificuldades com que a doutora Besant e eu deparamos ao observar o
oxigênio, foram muito maiores que as encontradas ao examinarmos o
hidrogênio e o nitrogênio, por causa da extraordinária atividade desse
elemento e do ofuscante brilho de alguns de seus constituintes. Quando o
observamos em estado gasoso, o átomo de oxigênio aparece como um ovóide
em cujo interior gira velozmente um corpo semelhante a uma espiral
enroscada com cinco brilhantes pontos luminosos.
A espiral parece ser um sólido arredondado, mas ao transportar-se o átomo para o subplano etérico do plano físico, a espiral longitudinalmente se desdobra em duas tênues serpentes — uma positiva e outra negativa.
Observa-se então que a aparente solidez provinha de que estas duas espirais enroscadas giram em torno de um eixo comum em direções opostas, de modo que oferecem o aspecto de uma superfície contínua, tal como ao dar voltas a uma brasa atada à extremidade de um fio, descreve-se no ar um círculo de fogo, ou quando se dão voltas de molinete a um toquinho aceso na ponta.
Os pontos brilhantes observados no átomo gasoso são encontrados no estado etérico na crista das ondas da serpente positiva e nos ocos da negativa. A serpente ou espiral enroscada consta de pequenos corpúsculos à maneira de grânulos, onze dos quais se interpõem entre os pontos de maior brilho.
Ao transportar-se o átomo de oxigênio para o sub-plano hiperetérico, quebram-se as serpentes, e cada ponto brilhante compreende seis grânulos de um lado e cinco do outro. Estes pontos com os seus grânulos se enroscam e entrelaçam com a mesma extraordinária atividade, semelhante a vaga-lumes girando velozmente. Os pontos brilhantes contêm cada um sete átomos ultérrimos, e os grânulos contêm apenas dois. No subplano subatômico os fragmentos das serpentes se desagregam, e os corpúsculos d e d', positivos e negativos, mostram diferente ordenação dos átomos que contêm.
Ao se desintegrarem estes corpúsculos no subplano atômico, deixam em liberdade 290 átomos físicos ultérrimos, dos quais 220 procedem de grânulos e 70, dos dez pontos brilhantes.
O corpúsculo positivo d é o glóbulo de vitalidade, de cuja virtude provém a extraordinária energia do oxigênio. O oxigênio, ao chegar aos pulmões na função respiratória, desprende os glóbulos de vitalidade que se combinam com outras substâncias para formar alguns dos principais constituintes do sangue. Assim é que, enquanto a vitalidade se difunde do baço por todo o duplo etérico, a "essência" mencionada no citado purana Garuda se distribui por todo o corpo denso(3).
VITALIDADE E SAÜDE
O fluxo vital destas diversas correntes regula a saúde das partes do corpo por onde passa. Se uma pessoa sofre perturbações digestivas, quem possua vista etérica o saberá porque a corrente vital de cor verde será lenta ou escassa.
Se a corrente amarela é intensa e copiosa, produzirá o vigor e regularidade do funcionamento do coração, ao passo que ao fluir em torno do chakra cardíaco interpenetrará o sangue impelido pelo coração, e com ele se difundirá por todo o corpo. Contudo, também vai ao cérebro parte da corrente amarela, e parece que o vigor dos pensamentos metafísicos e filosóficos depende em grande parte do volume e intensidade da corrente amarela, com o correspondente despertar da flor do decapétala situada no centro do chakra coronário.
Os altos pensamentos e nobres emoções de elevada espiritualidade parece dependerem em sua maior parte do raio violáceo, ao passo que o vigor dos pensamentos comuns é estimulado pela ação do azul mesclado com uma porção do amarelo. Nalgumas modalidades de idiotice há completa inibição dos fluxos de vitalidade amarela e azul-violácea, que deveriam banhar o cérebro. A extraordinária atividade ou grande volume do azulpálido que penetra pelo chakra laríngeo, mantém a saúde e o vigor dos órgãos desta região do corpo; dá força e elasticidade às cordas vocais, de modo que nos oradores e cantores essa corrente parece dotada de muito brilho e atividade.
A debilidade ou doença em qualquer parte do corpo vai acompanhada da escassez ou falta de fluxo de vitalidade naquela parte.
OS ÁTOMOS DESCARREGADOS
À medida que efetuam a sua obra, as correntes de átomos vão descarregando a vitalidade neles contida, tal como se descarrega a energia de um acumulador elétrico. Os átomos rosados vão se empalidecendo gradualmente segundo passam pelos nervos, e no fim saem pelos poros para formar o que na obra O Homem Visível e Invisível chamamos "a aura de saúde".
Os átomos, ao saírem do corpo, perdem, em sua maioria, a cor rosada, de modo que em conjunto oferecem uma cor branco-azulada. A parte do raio amarelo absorvida pelo sangue também perde sua cor peculiar.
Os átomos assim descarregados de vitalidade passam a fazer parte de alguma das combinações que se efetuam constantemente no corpo, ou então saem pelos poros ou pelos condutos ordinários. Os átomos vazios do raio verde, relacionado principalmente com a digestão, parece que passam a fazer parte dos resíduos do corpo e com eles são expelidos. O mesmo sucede com os átomos do raio laranja-avermelhado no caso do homem comum. Os átomos dos raios azuis, correspondentes ao chakra laríngeo, saem do corpo no ato da expiração respiratória, e os do raio azul-escuro e do violeta saem pelo chakra coronário.
Quando o homem sabe refletir a corrente de cor laranja-amarelada de modo que ascenda pelo conduto medular, os átomos descarregados dessa corrente e os do violeta-azulado saem pelo chakra coronário em ígnea cascata que, conforme mostra a figura 2, se representa como uma chama nas antigas imagens de Buda e outros insignes santos. Tais átomos voltam a ser utilizados como veículos físicos de alguma das esplendentes e benéficas energias que os homens sumamente evoluídos irradiam do chakra coronário.
Depois de terem descarregado a energia vital, os átomos voltam ao estado de um átomo ordinário, sem outra diferença que a de haverem melhorado um pouco em virtude do uso a que foram destinados. O corpo absorve quantos átomos necessita para tomar parte nas diversas combinações que constantemente se efetuam no organismo físico, e os não necessários para tal propósito são eliminados pelo conduto mais conveniente.
O fluxo de vitalidade que penetra pelos chakras e a intensificação do fluxo não devem ser confundidos com o desenvolvimento do chakra, que se efetua pelo avivamento do aspecto superior do fogo serpentino numa ulterior etapa evolutiva do indivíduo, conforme veremos no capítulo seguinte.
Todos nós absorvemos vitalidade e a especializamos, mas nem todos a utilizam completamente, porque em muitos aspectos nossas vidas são tão puras e sensatas quanto o deveriam ser.
Quem embrutece o seu corpo com o uso da carne, álcool e tabaco, não poderá aproveitar sua vitalidade tão completamente como o homem de costumes puros. Um indivíduo de hábitos viciosos pode ser, e amiúde o é fisicamente mais forte e robusto que outro de austera conduta; mas isto deve-se atribuir ao seu karma passado, porque, em igualdade de condições, o de conduta pura leva imensa vantagem.
Todas as cores da vitalidade são etéricas, ainda que sua ação se correlacione de certa forma com o significado dos matizes análogos do corpo astral. Os pensamentos e emoções harmônicos reagem no corpo físico e lhe aumentam o poder de assimilação da vitalidade requerida por seu bemestar.
Conta-se que Buda disse certa ocasião que o primeiro passo no caminho para o Nirvana, é a perfeita saúde física. E por certo o melhor meio de consegui-la é o que Buda assinalou no Nobre Óctuplo Caminho - "Buscai primeiramente o reino de Deus e sua justiça, e o demais vos será dado por acréscimo." Também nos será conferida a saúde do corpo físico.
VITALIDADE E MAGNETISMO
A vitalidade circulante pelos nervos não deve ser confundida com que se chama o magnetismo humano, que é o fluido peculiar dos nervos especializado no conduto medular e constituído pela energia primária misturada com o kundalini. Este fluido magnético mantém a constante circulação da matéria etérica pelos nervos, correspondente à circulação do sangue pelas artérias e veias; e assim como o sangue leva o oxigênio a todas as partes do corpo, assim também a corrente etérica conduz a vitalidade pelos nervos.
As partículas do duplo etérico transformam-se incessantemente, tal como as do corpo denso. Com os alimentos que comemos e o ar que respiramos ingerimos matéria etérica que é assimilada pelo duplo etérico.
Pelos poros eliminam-se constantemente matéria etérica e gasosa, de modo que quando duas pessoas estão em íntimo contato, cada uma delas absorve grande porção das emanações físicas da outra.
O hipnotizador concentra, por um esforço de vontade, grande quantidade de tal magnetismo e projetado sobre o paciente, cujo fluido nervoso repele para substituí-lo pelo que emite.
Sendo o cérebro, como é, o centro da circulação nervosa, parte do corpo afetado pelo fluido magnético fica sob o domínio do cérebro do hipnotizador, em vez de estar sob o domínio do cérebro do paciente, de modo que este experimenta tudo quanto o hipnotizador lhe sugere. Se o cérebro do paciente fica vazio de seu próprio magnetismo e cheio do magnetismo do hipnotizador, este poderá dominar aquele de modo que só pense e faça o que lhe sugerir, pois temporariamente o tem sob seu completo domínio.
Ainda nos casos de magnetização e hipnotismo terapêuticos, o magnetizador infunde no paciente muito de suas emanações pessoais em união com as correntes de vitalidade, e deste modo é evidentemente possível que, se o magnetizador padece de alguma enfermidade, possa contagiar o paciente. Mas ainda que a saúde do magnetizador seja perfeita, também há enfermidades mentais e morais como as fisiológicas; e como o magnetizador projeta no paciente matéria astral e mental com as correntes físicas, arriscase a contagiá-lo com essas enfermidades.
Contudo, se o magnetizador é homem de puros pensamentos e cheio do ardente desejo de beneficiar o próximo, pode contribuir bastante para aliviar os sofrimentos alheios, se se der ao trabalho de estudar o problema das correntes que entram no campo pelos chakras e fluem pelos nervos.
Que infunde o magnetizador no paciente? Fluido nervoso ou também vitalidade, ou ambas as coisas ao mesmo tempo.
Se o paciente está tão sumamente débil e esgotado que é incapaz de especializar a vitalidade, o magnetizador pode ministrar-lhe a necessária, infundindo-lhe a sua nos trêmulos nervos, para o enfermo recuperar rapidamente a saúde.
Este processo é análogo ao da nutrição. Quando o paciente chega a tal estado de debilidade que o estômago não digere, o corpo não pode nutrir-se tampouco, e por isso aumenta a debilidade. O remédio em tal caso é proporcionar ao estômago alimentos já digeridos por meio da pepsina ou outros preparados análogos de fácil assimilação para restaurar as forças.
Da mesma maneira, o indivíduo incapaz de especializar por si mesmo a vitalidade, pode absorvê-la especializada por outro, e esforçar-se em recobrar o funcionamento normal dos órgãos etéricos. Isto é o suficiente em muitos casos de debilidade.
Há outros casos em que um ponto qualquer se congestiona e a vitalidade não circula devidamente, porque seu veículo nervoso retarda-se pela enfermidade. Convém então substituí-lo por saudável matéria etérica nervosa, procedente do exterior, e há vários meios de consegui-lo. Alguns magnetizadores empregam para isso a violência, infundindo energicamente seu próprio éter na parte doente, com a esperança de expulsar dali o que é preciso substituir. É possível obter êxito deste modo, apesar do consumo muito maior de energia do que a necessária.
Processo mais científico é o que age com maior suavidade; elimina primeiro a matéria congestionada ou enferma, e a substitui depois por matéria etérica sã, para estimular pouco a pouco a atividade da preguiçosa corrente. Por exemplo, se o indivíduo tem dor de cabeça, é porque seguramente a matéria etérica se terá congestionado nalgum ponto do cérebro, e a primeira coisa que convém fazer será eliminar essa matéria.
Como se consegue? Da mesma maneira que a emissão da energia magnética, isto é, por um esforço de vontade. Não devemos esquecer que a matéria sutil é facilmente modelada ou afetada pela ação da vontade humana. Por muitos passes que faça o magnetizador, esses serão tãosomente o apontar de sua arma para determinada direção, enquanto que a sua vontade é a pólvora que impele o projétil e produz o resultado, ou seja, a emissão do fluido.
O magnetizador que saiba bem o que faz, pode obter o mesmo resultado através de passes ou sem recorrer a eles. Conheci um que se valia apenas do olhar fixo no paciente. A mão serve unicamente para concentrar o fluido, e ocasionalmente, para favorecer a imaginação do magnetizador pois para querer fortemente tem de crer, também firmemente, e sem dúvida o gesto manual lhe facilita a operação.
Da mesma forma que o hipnotizador ou magnetizador pode emitir magnetismo por um esforço de sua vontade, também pelo mesmo esforço pode descarregar o paciente do magnetismo que lhe infundiu, e neste caso pode valer-se do auxílio dos passes manuais.
Se se trata de uma dor de cabeça, o hipnotizador colocará as mãos sobre a fronte do paciente e as imaginará como esponjas que absorvem o deletério magnetismo do cérebro. Notará imediatamente que, com efeito, está produzindo o resultado que imagina, pois se não toma a precaução de rejeitar o nocivo magnetismo segundo o vá absorvendo, lhe sobrevirá a dor de cabeça, ou lhe ficarão doloridos os braços e a mão com que efetuar a operação, porque a matéria enferma inoculada pode afetar-lhe a saúde e convém eliminá-la antes que se apodere de seu corpo.
Portanto, deve seguir para isso determinado processo, e o mais simples é o de fazer com as mãos o gesto de atirá-los como se atirasse água para fora Ainda que o hipnotizador não a veja, a matéria que extraiu é física, e assim podemos tratá-la por meios físicos.
Conseqüentemente, é necessário que o hipnotizador não descuide destas precauções, nem deixe de lavar escrupulosamente as mãos depois de curar um enfermo de dor de cabeça ou outra doença da mesma espécie.
Uma vez eliminada a causa da enfermidade, passa a magnetizador a carregar o enfermo de saudável magnetismo e a resguardá-lo contra recaída na enfermidade. Este processo tem múltiplas vantagens na terapêutica mental das afecções nervosas, muitas das quais consistem no transtorno circulatório dos fluidos que passam pelos nervos, e que, ou se congestionam, ou são muito tardios ou muito rápidos, ou escassos em quantidade ou de má qualidade.
Os medicamentos de toda classe só têm eficácia no nervo físico, e muito pouca nos fluidos circulantes, enquanto que o magnetismo atua diretamente sobre os fluidos e penetra diretamente na raiz do mal.
Embora inconcebivelmente diminuto, é tão brilhante o glóbulo de vitalidade, que até os não clarividentes costumam vê-lo. Olhando para o horizonte longínquo, especialmente no mar, notarão alguns que roça com o firmamento certo número de pontinhos de luz, que se mexem por todos os lados com pasmosa rapidez. São os glóbulos de vitalidade, constituídos, cada um deles, por sete átomos físicos ultérrimos segundo o mostra a figura 5c.
São as vidas ígneas ou grânulos carregados com a energia a que os hindus chamam prana.
É muito difícil compreender o exato significado desta palavra sânscrita, porque os métodos didáticos dos, hindus diferem muitíssimo dos nossos, mas parece-me que, sem risco de erro, podemos tomar a palavra prana por equivalente de vitalidade.
Quando o glóbulo de vitalidade cintila na atmosfera, é de brilho quase incolor, e refulge com luz branca ou ligeiramente dourada. Mas quando entra no vórtice do chakra esplênico, se decompõe e quebra em raios de diversas cores, conquanto não com a mesma gradação ou gama dos raios do espectro solar. Os átomos componentes do glóbulo de vitalidade voltejam impelidos pelo vórtice do chakra e cada raio deste prende um daquele, de modo que o átomo amarelo fica preso num raio do chakra, o verde em outro e assim sucessivamente, enquanto que o sétimo átomo desaparece absorvido pelo centro do vórtice, semelhante ao cubo de uma roda. Os raios se prolongam então em diferentes direções e cada qual efetua seu trabalho especial, na vitalização do corpo. A prancha VII representa diagramaticamente as direções do prana difundido.
Como disse, as cores da vitalidade ou prana não são exatamente as mesmas das do espectro solar, mas se parecem antes com as combinações cromáticas que vemos nos corpos causai, mental e astral. A cor anil se reparte entre o violeta e o azul, de modo que em vez de três cores achamos só duas; mas, em compensação, o vermelho se diferencia em duas cores; vermelho-rosado e vermelho-escuro. Portanto, as cores dos seis raios são: violeta-azulado, verde, amarelo, alaranjado e vermelho-escuro, enquanto que o sétimo átomo, cor-de-rosa, passa adiante pelo centro do vórtice(1).
Assim vemos que a constituição da vitalidade é sétupla; mas flui pelo corpo em cinco correntes principais, segundo o expuseram alguns tratados hindus, porque o azul e o violeta se fundem num só raio, e o alaranjado e o vermelho-escuro em outro raio, quando saem do chakra esplênico.
OS RAIOS
1. Violeta-azulado. — Dirige-se para a garganta, onde parece separar-se, de modo que o azul-pálido passa pelo chakra laríngeo e o aviva, enquanto que o violeta e o azul-escuro prosseguem para o cérebro, em cujas partes inferior e central fica o azul-escuro, seguindo o violeta até a parte superior para vigorizar o chakra coronário e difundir-se pelos novecentos e sessenta raios desse chakra.
2. Raio amarelo. — Dirige-se para o coração e, depois de efetuada ali a sua obra, uma porção passa para o cérebro e o satura, difundindo-se pelos doze raios do centro do chakra coronário.
3. Raio verde. — Este raio inunda o abdômen, e conquanto se centralize principalmente no plexo solar, vivifica o fígado, os rins, os intestinos e todo o aparelho digestivo em geral.
4. Raio rosa. — Este raio circula por todo o corpo ao longo dos nervos e é evidentemente a vitalidade do sistema nervoso; um indivíduo pode infundi-la a outro que a tenha deficiente. Se os nervos não recebessem esta vitalidade rosada, seriam impressionáveis até à irritação, e assim é que quando não a recebe suficientemente, o enfermo não pode permanecer muito tempo na mesma posição e não sente alívio ainda que tome outra. O mais leve ruído o atormenta e ele se acha num contínuo sofrimento. Mas se uma pessoa sã banha-lhe os nervos com vitalidade rosada, logo se alivia e experimenta uma salutar sensação de sossego e paz.
Um indivíduo de boa saúde absorve e adapta muito mais vitalidade rosada do que a necessária ao seu corpo; por isso está continuamente irradiando uma torrente de átomos rosados, de modo que inconscientemente infunde vigor nas pessoas fracas mais próximas, sem que isso diminua sua vitalidade. E também por um esforço de sua vontade pode acumular a energia restante e infundi-la deliberadamente em quem deseje auxiliar.
O corpo possui certa consciência peculiar, instintiva e cega, a que costumamos chamar o elemental físico, correspondente no mundo físico ao elemental do desejo no mundo astral. Essa consciência instintiva ou elemental física procura sempre resguardar o corpo de todo perigo ou lhe proporcionar o de que necessita. É completamente distinta da consciência do homem e funciona igualmente quando o ego se aparta do seu corpo físico. A este elemental físico ou consciência instintiva deve-se atribuir todos os nossos movimentos e atitudes instintivos como também o incessante funcionamento do sistema simpático, sem que de tal nos apercebamos nem pensemos.
Enquanto nos acharmos no estado de vigília, o elemental físico está em constante vigilância, em atitude de defesa, e mantém em tensão músculos e nervos. Durante o sono relaxa-os e dedica-se à assimilação da vitalidade para restaurar as forças do corpo físico, e com maior eficácia cumpre esta função durante a primeira metade da noite, quando há plenitude de vitalidade, porque de madrugada já está quase toda consumida a vitalidade que o sol emitiu durante o dia. Tal é o motivo da sensação de moleza que nos acomete de madrugada, e também a acusa de muitos enfermos morrerem nessas horas. Por isso diz acertadamente a sabedoria popular que uma hora de sono antes de meia-noite equivale a duas depois dessa hora.
A ação do elemental físico explica a influência restauradora do sono, que se pode observar ainda após ligeiro cochilo.
A vitalidade é o alimento do duplo etérico, e este a necessita tão imperiosamente como o corpo denso necessita do sustento material. Disso resulta que quando, por enfermidade, fadiga ou decrepitude, o chakra esplênico é incapaz de preparar o alimento para as células do corpo, o elemental físico procura extrair para seu próprio uso a vitalidade preparada em corpos alheios. E assim ocorre quando nos sentimos débeis e como que esgotados depois de havermos estado durante certo tempo junto de uma pessoa com falta de vitalidade, porque essa pessoa nos tomou os átomos rosados antes que pudéssemos assimilar sua energia.
O reino vegetal também absorve esta vitalidade, ainda que em muitos casos parece que só utiliza uma pequena parte. Algumas árvores extraem da vitalidade quase exatamente os mesmos constituintes que extrai a parte superior do duplo etérico do homem, e uma vez absorvidos os necessários, expelem precisamente os átomos rosados de que necessitam as células do corpo físico do homem.
Isso ocorre com árvores como pinho e o eucalipto, razão pela qual sua vizinhança infunde saúde e vigor nos neuróticos necessitados de vitalidade. São neuróticos porque as células do seu corpo estão famintas e a nervosidade só pode apaziguar-se alimentando-as, o que sói conseguir-se mais facilmente proporcionando-lhes do exterior a vitalidade rosada de que necessitam para se restabelecerem.
5. Raio laranja-avermelhado. — Penetra pelo chakra fundamental, donde vai para órgãos genitais, com os quais está intimamente relacionada uma parte de seu funcionamento. Este raio não só contém as cores alaranjada e vermelha, mas também algo de purpúreo intenso, como se o espectro solar desse a volta em círculo e as cores começassem de novo em mais baixa escala.
No indivíduo normal este raio aviva os desejos carnais, e parece que também penetra no sangue e ajuda a manter o calor do corpo. Mas se o indivíduo persevera em repelir os incentivos de sua natureza inferior, este raio pode, mediante longos e deliberados esforços, desviar-se para o cérebro, onde suas três cores constituintes experimentam notável modificação, porque o alaranjado se transmuta em amarelo puro e intensifica as faculdades intelectuais; o vermelho--escuro se converte em vermelho-vivo ou carmesim, que aumenta poderosamente o amor não-egoísta, e o purpúreo intenso se transforma num belo violeta-pálido que aviva a parte espiritual da natureza humana. Quem alcança esta transmutação, já não se vê atormentado por desejos sensuais, e quando necessitar levantar as camadas superiores do fogo serpentino, se verá livre do mais grave perigo deste processo. Quando o indivíduo completou definitivamente tal transmutação, o raio laranjaavermelhado penetra diretamente pelo centro do chakra fundamental e flui pelos agulheiros das vértebras, ou conduto medular, até que sem obstáculos chega ao cérebro.
Parece que, segundo indica a Tabela 3, há certa correspondência entre as cores dos raios ou correntes de vitalidade que penetram pelos diversos chakras, e as cores atribuídas por Blavatsky aos princípios do homem na Doutrina Secreta.
Cores da vitalidade | Chakra por onde penetram | Cores dadas na Doutrina Secreta | Princípios representados |
---|---|---|---|
Azul-pálido | Laríngeo | Azul | Atma (invólucro áureo) |
Amarelo | Cardíaco | Amarelo | Buddhi |
Azul-escuro | Frontal | Anil | Manas superior |
Verde | Umbilical | Verde | Manas inferior |
Rosado | Esplênico | Vermelho | Astral |
Violeta | Coronário | Violeta | Etérico |
Laranja-avermelhado purpúreo | Fundamental e depois o coronário |
OS CINCO VAYUS PRÂNICOS
Os tratados hindus mencionam freqüentemente os cinco pricipais vayus prânicos, cuja situação assinala brevemente samhita Gheranda, como segue:
O prana atua sempre no coração; o apana, na esfera do ânus; o samana, na região do umbigo; o udana, na garganta; e o viana penetra todo o corpo.
Numerosos outros livros dão a mesma descrição e nada mais dizem acerca de suas funções, ainda que alguns acrescentem mais alguns informes, como seguem:
O ar chamado viana é a parte essencial de todos os nervos. O alimento, logo após ingerido, é decomposto em dois por esse ar. Ao entrar perto do ânus, separa as porções sólidas das líquidas. Ao colocar a água sobre o fogo e o sólido sobre a água, o prana que está debaixo do fogo, inflama-o lentamente. O fogo, inflamado pelo ar, separa a substância dos resíduos. O ar viana difunde a essência por todas as partes, e os resíduos são expulsos do corpo, forçados pelos doze portais(2).
Os cinco ares assim descritos concordam adequadamente com as cinco modalidades de vitalidade que temos observado, segundo mostra a tabela seguinte:
Vayu prânico e região afetada
|
Raio de vitalidade |
Chakra principalmente afetado
|
---|---|---|
Prana-Coração | Amarelo | Cardíaco |
Apana-ânus | Laranja-avermelhado | Fundamental |
Samana-Umbigo | Verde | Umbilical |
Udana-Garganta | Violeta-azulado | Laríngeo |
Viana-Todo o corpo | Rosado | Esplênico |
CONSTITUIÇÃO DO OXIGÊNIO | |||
---|---|---|---|
Nível gasoso | Etéreo | Superetéreo | Subatômico |
A espiral parece ser um sólido arredondado, mas ao transportar-se o átomo para o subplano etérico do plano físico, a espiral longitudinalmente se desdobra em duas tênues serpentes — uma positiva e outra negativa.
Observa-se então que a aparente solidez provinha de que estas duas espirais enroscadas giram em torno de um eixo comum em direções opostas, de modo que oferecem o aspecto de uma superfície contínua, tal como ao dar voltas a uma brasa atada à extremidade de um fio, descreve-se no ar um círculo de fogo, ou quando se dão voltas de molinete a um toquinho aceso na ponta.
Os pontos brilhantes observados no átomo gasoso são encontrados no estado etérico na crista das ondas da serpente positiva e nos ocos da negativa. A serpente ou espiral enroscada consta de pequenos corpúsculos à maneira de grânulos, onze dos quais se interpõem entre os pontos de maior brilho.
Ao transportar-se o átomo de oxigênio para o sub-plano hiperetérico, quebram-se as serpentes, e cada ponto brilhante compreende seis grânulos de um lado e cinco do outro. Estes pontos com os seus grânulos se enroscam e entrelaçam com a mesma extraordinária atividade, semelhante a vaga-lumes girando velozmente. Os pontos brilhantes contêm cada um sete átomos ultérrimos, e os grânulos contêm apenas dois. No subplano subatômico os fragmentos das serpentes se desagregam, e os corpúsculos d e d', positivos e negativos, mostram diferente ordenação dos átomos que contêm.
Ao se desintegrarem estes corpúsculos no subplano atômico, deixam em liberdade 290 átomos físicos ultérrimos, dos quais 220 procedem de grânulos e 70, dos dez pontos brilhantes.
O corpúsculo positivo d é o glóbulo de vitalidade, de cuja virtude provém a extraordinária energia do oxigênio. O oxigênio, ao chegar aos pulmões na função respiratória, desprende os glóbulos de vitalidade que se combinam com outras substâncias para formar alguns dos principais constituintes do sangue. Assim é que, enquanto a vitalidade se difunde do baço por todo o duplo etérico, a "essência" mencionada no citado purana Garuda se distribui por todo o corpo denso(3).
VITALIDADE E SAÜDE
O fluxo vital destas diversas correntes regula a saúde das partes do corpo por onde passa. Se uma pessoa sofre perturbações digestivas, quem possua vista etérica o saberá porque a corrente vital de cor verde será lenta ou escassa.
Se a corrente amarela é intensa e copiosa, produzirá o vigor e regularidade do funcionamento do coração, ao passo que ao fluir em torno do chakra cardíaco interpenetrará o sangue impelido pelo coração, e com ele se difundirá por todo o corpo. Contudo, também vai ao cérebro parte da corrente amarela, e parece que o vigor dos pensamentos metafísicos e filosóficos depende em grande parte do volume e intensidade da corrente amarela, com o correspondente despertar da flor do decapétala situada no centro do chakra coronário.
Os altos pensamentos e nobres emoções de elevada espiritualidade parece dependerem em sua maior parte do raio violáceo, ao passo que o vigor dos pensamentos comuns é estimulado pela ação do azul mesclado com uma porção do amarelo. Nalgumas modalidades de idiotice há completa inibição dos fluxos de vitalidade amarela e azul-violácea, que deveriam banhar o cérebro. A extraordinária atividade ou grande volume do azulpálido que penetra pelo chakra laríngeo, mantém a saúde e o vigor dos órgãos desta região do corpo; dá força e elasticidade às cordas vocais, de modo que nos oradores e cantores essa corrente parece dotada de muito brilho e atividade.
A debilidade ou doença em qualquer parte do corpo vai acompanhada da escassez ou falta de fluxo de vitalidade naquela parte.
OS ÁTOMOS DESCARREGADOS
À medida que efetuam a sua obra, as correntes de átomos vão descarregando a vitalidade neles contida, tal como se descarrega a energia de um acumulador elétrico. Os átomos rosados vão se empalidecendo gradualmente segundo passam pelos nervos, e no fim saem pelos poros para formar o que na obra O Homem Visível e Invisível chamamos "a aura de saúde".
Os átomos, ao saírem do corpo, perdem, em sua maioria, a cor rosada, de modo que em conjunto oferecem uma cor branco-azulada. A parte do raio amarelo absorvida pelo sangue também perde sua cor peculiar.
Os átomos assim descarregados de vitalidade passam a fazer parte de alguma das combinações que se efetuam constantemente no corpo, ou então saem pelos poros ou pelos condutos ordinários. Os átomos vazios do raio verde, relacionado principalmente com a digestão, parece que passam a fazer parte dos resíduos do corpo e com eles são expelidos. O mesmo sucede com os átomos do raio laranja-avermelhado no caso do homem comum. Os átomos dos raios azuis, correspondentes ao chakra laríngeo, saem do corpo no ato da expiração respiratória, e os do raio azul-escuro e do violeta saem pelo chakra coronário.
Quando o homem sabe refletir a corrente de cor laranja-amarelada de modo que ascenda pelo conduto medular, os átomos descarregados dessa corrente e os do violeta-azulado saem pelo chakra coronário em ígnea cascata que, conforme mostra a figura 2, se representa como uma chama nas antigas imagens de Buda e outros insignes santos. Tais átomos voltam a ser utilizados como veículos físicos de alguma das esplendentes e benéficas energias que os homens sumamente evoluídos irradiam do chakra coronário.
Depois de terem descarregado a energia vital, os átomos voltam ao estado de um átomo ordinário, sem outra diferença que a de haverem melhorado um pouco em virtude do uso a que foram destinados. O corpo absorve quantos átomos necessita para tomar parte nas diversas combinações que constantemente se efetuam no organismo físico, e os não necessários para tal propósito são eliminados pelo conduto mais conveniente.
O fluxo de vitalidade que penetra pelos chakras e a intensificação do fluxo não devem ser confundidos com o desenvolvimento do chakra, que se efetua pelo avivamento do aspecto superior do fogo serpentino numa ulterior etapa evolutiva do indivíduo, conforme veremos no capítulo seguinte.
Todos nós absorvemos vitalidade e a especializamos, mas nem todos a utilizam completamente, porque em muitos aspectos nossas vidas são tão puras e sensatas quanto o deveriam ser.
Quem embrutece o seu corpo com o uso da carne, álcool e tabaco, não poderá aproveitar sua vitalidade tão completamente como o homem de costumes puros. Um indivíduo de hábitos viciosos pode ser, e amiúde o é fisicamente mais forte e robusto que outro de austera conduta; mas isto deve-se atribuir ao seu karma passado, porque, em igualdade de condições, o de conduta pura leva imensa vantagem.
Todas as cores da vitalidade são etéricas, ainda que sua ação se correlacione de certa forma com o significado dos matizes análogos do corpo astral. Os pensamentos e emoções harmônicos reagem no corpo físico e lhe aumentam o poder de assimilação da vitalidade requerida por seu bemestar.
Conta-se que Buda disse certa ocasião que o primeiro passo no caminho para o Nirvana, é a perfeita saúde física. E por certo o melhor meio de consegui-la é o que Buda assinalou no Nobre Óctuplo Caminho - "Buscai primeiramente o reino de Deus e sua justiça, e o demais vos será dado por acréscimo." Também nos será conferida a saúde do corpo físico.
VITALIDADE E MAGNETISMO
A vitalidade circulante pelos nervos não deve ser confundida com que se chama o magnetismo humano, que é o fluido peculiar dos nervos especializado no conduto medular e constituído pela energia primária misturada com o kundalini. Este fluido magnético mantém a constante circulação da matéria etérica pelos nervos, correspondente à circulação do sangue pelas artérias e veias; e assim como o sangue leva o oxigênio a todas as partes do corpo, assim também a corrente etérica conduz a vitalidade pelos nervos.
As partículas do duplo etérico transformam-se incessantemente, tal como as do corpo denso. Com os alimentos que comemos e o ar que respiramos ingerimos matéria etérica que é assimilada pelo duplo etérico.
Pelos poros eliminam-se constantemente matéria etérica e gasosa, de modo que quando duas pessoas estão em íntimo contato, cada uma delas absorve grande porção das emanações físicas da outra.
O hipnotizador concentra, por um esforço de vontade, grande quantidade de tal magnetismo e projetado sobre o paciente, cujo fluido nervoso repele para substituí-lo pelo que emite.
Sendo o cérebro, como é, o centro da circulação nervosa, parte do corpo afetado pelo fluido magnético fica sob o domínio do cérebro do hipnotizador, em vez de estar sob o domínio do cérebro do paciente, de modo que este experimenta tudo quanto o hipnotizador lhe sugere. Se o cérebro do paciente fica vazio de seu próprio magnetismo e cheio do magnetismo do hipnotizador, este poderá dominar aquele de modo que só pense e faça o que lhe sugerir, pois temporariamente o tem sob seu completo domínio.
Ainda nos casos de magnetização e hipnotismo terapêuticos, o magnetizador infunde no paciente muito de suas emanações pessoais em união com as correntes de vitalidade, e deste modo é evidentemente possível que, se o magnetizador padece de alguma enfermidade, possa contagiar o paciente. Mas ainda que a saúde do magnetizador seja perfeita, também há enfermidades mentais e morais como as fisiológicas; e como o magnetizador projeta no paciente matéria astral e mental com as correntes físicas, arriscase a contagiá-lo com essas enfermidades.
Contudo, se o magnetizador é homem de puros pensamentos e cheio do ardente desejo de beneficiar o próximo, pode contribuir bastante para aliviar os sofrimentos alheios, se se der ao trabalho de estudar o problema das correntes que entram no campo pelos chakras e fluem pelos nervos.
Que infunde o magnetizador no paciente? Fluido nervoso ou também vitalidade, ou ambas as coisas ao mesmo tempo.
Se o paciente está tão sumamente débil e esgotado que é incapaz de especializar a vitalidade, o magnetizador pode ministrar-lhe a necessária, infundindo-lhe a sua nos trêmulos nervos, para o enfermo recuperar rapidamente a saúde.
Este processo é análogo ao da nutrição. Quando o paciente chega a tal estado de debilidade que o estômago não digere, o corpo não pode nutrir-se tampouco, e por isso aumenta a debilidade. O remédio em tal caso é proporcionar ao estômago alimentos já digeridos por meio da pepsina ou outros preparados análogos de fácil assimilação para restaurar as forças.
Da mesma maneira, o indivíduo incapaz de especializar por si mesmo a vitalidade, pode absorvê-la especializada por outro, e esforçar-se em recobrar o funcionamento normal dos órgãos etéricos. Isto é o suficiente em muitos casos de debilidade.
Há outros casos em que um ponto qualquer se congestiona e a vitalidade não circula devidamente, porque seu veículo nervoso retarda-se pela enfermidade. Convém então substituí-lo por saudável matéria etérica nervosa, procedente do exterior, e há vários meios de consegui-lo. Alguns magnetizadores empregam para isso a violência, infundindo energicamente seu próprio éter na parte doente, com a esperança de expulsar dali o que é preciso substituir. É possível obter êxito deste modo, apesar do consumo muito maior de energia do que a necessária.
Processo mais científico é o que age com maior suavidade; elimina primeiro a matéria congestionada ou enferma, e a substitui depois por matéria etérica sã, para estimular pouco a pouco a atividade da preguiçosa corrente. Por exemplo, se o indivíduo tem dor de cabeça, é porque seguramente a matéria etérica se terá congestionado nalgum ponto do cérebro, e a primeira coisa que convém fazer será eliminar essa matéria.
Como se consegue? Da mesma maneira que a emissão da energia magnética, isto é, por um esforço de vontade. Não devemos esquecer que a matéria sutil é facilmente modelada ou afetada pela ação da vontade humana. Por muitos passes que faça o magnetizador, esses serão tãosomente o apontar de sua arma para determinada direção, enquanto que a sua vontade é a pólvora que impele o projétil e produz o resultado, ou seja, a emissão do fluido.
O magnetizador que saiba bem o que faz, pode obter o mesmo resultado através de passes ou sem recorrer a eles. Conheci um que se valia apenas do olhar fixo no paciente. A mão serve unicamente para concentrar o fluido, e ocasionalmente, para favorecer a imaginação do magnetizador pois para querer fortemente tem de crer, também firmemente, e sem dúvida o gesto manual lhe facilita a operação.
Da mesma forma que o hipnotizador ou magnetizador pode emitir magnetismo por um esforço de sua vontade, também pelo mesmo esforço pode descarregar o paciente do magnetismo que lhe infundiu, e neste caso pode valer-se do auxílio dos passes manuais.
Se se trata de uma dor de cabeça, o hipnotizador colocará as mãos sobre a fronte do paciente e as imaginará como esponjas que absorvem o deletério magnetismo do cérebro. Notará imediatamente que, com efeito, está produzindo o resultado que imagina, pois se não toma a precaução de rejeitar o nocivo magnetismo segundo o vá absorvendo, lhe sobrevirá a dor de cabeça, ou lhe ficarão doloridos os braços e a mão com que efetuar a operação, porque a matéria enferma inoculada pode afetar-lhe a saúde e convém eliminá-la antes que se apodere de seu corpo.
Portanto, deve seguir para isso determinado processo, e o mais simples é o de fazer com as mãos o gesto de atirá-los como se atirasse água para fora Ainda que o hipnotizador não a veja, a matéria que extraiu é física, e assim podemos tratá-la por meios físicos.
Conseqüentemente, é necessário que o hipnotizador não descuide destas precauções, nem deixe de lavar escrupulosamente as mãos depois de curar um enfermo de dor de cabeça ou outra doença da mesma espécie.
Uma vez eliminada a causa da enfermidade, passa a magnetizador a carregar o enfermo de saudável magnetismo e a resguardá-lo contra recaída na enfermidade. Este processo tem múltiplas vantagens na terapêutica mental das afecções nervosas, muitas das quais consistem no transtorno circulatório dos fluidos que passam pelos nervos, e que, ou se congestionam, ou são muito tardios ou muito rápidos, ou escassos em quantidade ou de má qualidade.
Os medicamentos de toda classe só têm eficácia no nervo físico, e muito pouca nos fluidos circulantes, enquanto que o magnetismo atua diretamente sobre os fluidos e penetra diretamente na raiz do mal.